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terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Ambulantes estão preocupados com as vendas na temporada de verão do Litoral Norte

 Pandemia da Covid-19 deve diminuir o consumo nas praias



Eles disputam a atenção dos veranistas nas praias do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Alguns são moradores locais, outros vêm de muito longe. Durante os meses da alta temporada, de dezembro a março, os vendedores ambulantes trabalham debaixo do sol e percorrem quilômetros na beira mar para tirar o sustento da família do resto do ano. Nesta temporada, no entanto, com a pandemia do coronavírus e as restrições impostas pelo governo, estes trabalhadores estão preocupados com as vendas no verão.

É o caso do vendedor de picolés Vladimir Rosa, 41 anos, que trabalha nas areias da praia de Torres, há 10 anos. "Eu não sei o que vou fazer se pouca gente comprar os meus picolés, mas vou trabalhar todos os dias, com ou sem coronavírus. Com a venda de picolés eu sempre engordei a minha renda", afirmou Vladimir, que disse que costumava ganhar cerca R$ 100 por dia com as vendas em outras temporadas.

Em Xangri-lá, Bruna Gabrielle Godoi Pereira, de 19 anos, ajuda a mãe Eliane a vender cocos. Segundo ela, com a venda do fruto ela consegue ajudar no sustento das oito pessoas que formam sua família.

"Herdei essa atividade da minha mãe, que vende cocos há três anos. Eu agora tenho o meu próprio carrinho de cocos e a mãe tem o dela", destacou Bruna, lembrando que no ano passado vendia cerca de 150 cocos por dia a R$ 10.

Ela afirma que mesmo com a pandemia, está otimista quanto às vendas da alta temporada que se inicia. "O coco é um fruto saudável. Na praia não pode faltar água de coco. Tenho certeza que venderei muitos cocos neste verão, principalmente, para as pessoas que fazem caminhadas, correm e praticam exercícios ao ar livre", destacou.

"Nosso serviço é uma facilidade para os veranistas, que não precisam deixar o espaço para comprar o que precisam", afirmou o vendedor de biquínis, saídas de banhos, vestidos e cangas, Deosdete Gomes Pereira, 52 anos, que há 17 vende seus produtos na praia de Tramandaí.

Ele lembra que as vendas do ano passado foram muito boas, mas acredita que nesta temporada, por conta da pademia, elas serão menores. "Com certeza vai diminuir a clientela, mas também o número de vendedores", destacou. 

Deosdete revelou, ainda, que assim que terminar a temporada irá para o Pará vender seus produtos. "Lá é verão o ano inteiro e posso recuperar um eventual prejuízo. Tenho cinco filhos para sustentar em Minas Gerais e tenho que mandar dinheiro para eles", enfatizou.

Morador de Terra de Areia, o agricultor Eloi Melo, 56 anos, ganha a vida vendendo abacaxi em Capão da Canoa, há 20 anos. Ele destaca que com as vendas da fruta sustentou os quatro filhos.

" É um trabalho gratificante. Planto abacaxi e vendo sempre aqui em Capão", ressaltou, lembrando que a temporada recém está iniciando e que não sabe o que vem pela frente devido à pandemia. "No ano passado vendia uma média de 100 abacaxis por dia. Nesta temporada, sinceramente, não sei o que vai acontecer. Temos que ter muito cuidado com essa doença e cumprir todos os protocolos de prevenção. Espero que mesmo com a pandemia as pessoas continuem comprando meus abacaxis", afirmou o agricultor, que disse que planta aipim no inverno para ter outra fonte de renda.

O vendedor de milho Carlos Dutra da Silva, 37 anos, morador de Gravataí, escolheu Capão da Canoa para empreender durante a temporada pelo terceiro ano. Empurrando seu carrinho pela beira da praia, ele aguardava ansioso por um pedido de compra do seu produto.

Carlos afirma que a temporada vai ser difícil em relação ao ano passado. "Essa Covid-19 chegou para prejudicar as vendas. Cheguei em Capão esta semana para iniciar o trabalho que vai até março, mas não sei se terei sucesso nas vendas", enfatizou.

Pai de três filhos, ele diz que o milho é uma grande fonte de renda no verão. "Sou serralheiro durante o inverno. No verão vendo o milho que garante uma boa renda para a família", afirmou.


Correio do Povo

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