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quinta-feira, 18 de junho de 2020

Porto Alegre deve ter novas restrições para tentar evitar lockdown

Em videoconferência nesta quarta, Marchezan voltou a enfatizar a preocupação com a alta demanda por UTI na Capital

Prefeitura deve anunciar novas medidas nos próximos dias

O prefeito Nelson Marchezan Júnior afirmou que a Prefeitura planeja um cenário de ampliação das restrições das atividades econômicas nos próximos dias. "Não é um cenário de diminuir restrições, nem de manter como está, as projeções nos orientam para a ampliação das restrições, justamente para evitar o lockdown (bloqueio total)", afirmou.
Isso ocorreu durante uma videoconferência virtual, que contou com a participação de especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), direção do Hospital de Clínicas, Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul e equipe da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). No encontro virtual, foi discutido o atual cenário, as projeções e as estratégias para combater os avanços do novo coronavírus em Porto Alegre.
Na reunião o prefeito, o secretário de Saúde, Pablo Stürmer e o secretário-adjunto de Saúde, Natan Katz, buscaram, junto aos especialistas, opiniões sobre as medidas que vêm sendo tomadas na Capital, principalmente com relação à mobilidade da população. No início da transmissão, o prefeito apresentou os números relacionados à Covid-19, na cidade. Porto Alegre bateu nesta quarta-feira um novo recorde de pacientes com Covid-19 na UTI: 81. 
"É o momento de pensarmos seriamente de alguma forma em aumentar as medidas de restrição. É nítido que a utilização de leito de UTI, com a emergência semi-vazia, pode dar uma falsa ilusão de segurança. É uma demanda muito grande, então o custo disso é muito alto. É um jogo muito duro, entendo a posição do gestor, estamos no mesmo barco, mas tenho convicção de que os gestores que vão acabar tendo agradecimento da comunidade é quem consegue dizer o não", afirmou a diretora-presidente do Hospital de Clínicas, Nadine Clausell.

Alta na demanda preocupa

A curva, conforme Nadine, não pode continuar assim, pois o sistema de saúde não vai suportar. O secretário de Saúde, Pablo Stürmer, destacou que as equipes estão discutindo a necessidade de avançar nas restrições, mesmo com a disponibilidade de leitos ou baixa ocupação nos serviços de emergência. "É importante que a gente discuta isso e tome as medidas antes de ter a superlotação", enfatizou. O prefeito assinalou que medidas de controle de acesso em fronteiras, rodoviária ou aeroporto vêm sendo analisadas com relação ao custo e benefício da utilidade.
"O que temos buscado fazer, é através dessas medidas tristes, seria muito drástico Porto Alegre fechar as fronteiras, não é algo que esteja no nosso mapa hoje, antes disso teria um lockdown interno, o que também estamos evitando ao máximo. Buscamos referências e o que vemos, que vem sendo mais utilizado na prática do mundo, são as restrições populacionais, as restrições das atividades econômicas", explicou.
A preocupação do professor da Ufrgs e um dos proponentes da Medicina Baseada em Evidências no Brasil, Bruce Bartholow Duncan, é que estamos enfrentando um problema maior do que estamos nos dando conta agora. "Se daqui um mês estaremos completamente estourados de leitos hospitalares, não só de UTI, mas leitos totais, é uma coisa assustadora", declarou, lembrando que a sociedade precisa estar atenta. 

“Circulação do vírus está muito rápida”

O prefeito ressaltou que está tomando decisões "muito ruins" nos últimos dias e deverá tomar mais decisões restritivas essa semana, em virtude da progressão na demanda por leitos de UTI. "E talvez semana que vem, medidas mais restritivas ainda. O cenário atual demonstra que a circulação do vírus está muito rápida e a estrutura de saúde não vai aguentar, então temos que diminuir a circulação de pessoas", reiterou.
Ele ainda reforçou que a Prefeitura busca, dentro de critérios, diminuir a circulação, com mais segurança à saúde e menor dano à economia. "Teremos que tomar mais medidas nesse sentido, não desejamos chegar em um lockdown, por isso estamos tomando medidas para diminuir a circulação da sociedade, mantendo algumas atividades", garantiu, reforçando que praticamente todos os dias a Prefeitura deve avançar em alguma restrição, "até que a gente tenha alguma sinalização que seja diferente da projeção de uma demanda acelerada".

Correio do Povo

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