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sábado, 28 de março de 2020

Secretário projeta pico do coronavírus em Porto Alegre entre fim de abril e início de maio

Embora estudos apontem que mais de 70% das pessoas possam se contaminar, Pablo Stürmer assegurou que cidade não vai ser "a nova Milão"

Pico de contágio deve ocorrer entre fim de abril e início de maio
Pico de contágio deve ocorrer entre fim de abril e início de maio 

Depois de 118 casos confirmados de Covid-19, dois deles evoluindo para óbito, em Porto Alegre, a Secretaria Municipal da Saúde estimou, nesta sexta-feira, que o pico da infecção pelo novo coronavírus deva se dar entre o fim de abril e o início de maio, período que coincide com o início dos dias frios na cidade.
Atento à escalada de contaminações, o titular da Pasta, secretário Pablo Stürmer, ressalta que estudos sugerem que entre 70% e 90% dos porto-alegrenses possam vir a contrair a doença, muitos deles sem nunca saber. De acordo com Stürmer, 80% dos casos, porém, devem envolver sintomas leves.
“É um vírus novo e ninguém ainda desenvolveu a imunidade. Mas a grande maioria deve ter infecção assintomática, ou seja, contraiu o vírus, mas nem soube que teve. Mesmo assim, essa estimativa não nos tranquiliza”, reconhece.
Sobre o atendimento na rede pública de saúde, Stürmer esclarece que Porto Alegre dispõe de 470 leitos de UTI adulto e outros cem para casos graves em pediatria. Como os hospitais Santa Casa e Clínicas oferecem leitos públicos e privados, a Prefeitura estima que, desses 570, 170 sejam particulares.
A fim de dar fôlego à rede de saúde, Stürmer pontuou o reforço de equipamentos transferidos do Hospital Parque Belém para o Conceição, assim como a previsão de abertura de mais 105 leitos no Hospital de Clínicas. A Prefeitura também conta com a instalação de hospitais de campanha, em parceria com o Exército.
Ao reforçar o pedido para que a população permaneça em isolamento social, para que se possa achatar a curva de contágio, Stürmer criticou manifestantes que saíram em carreata, na tarde desta sexta-feira, defendendo a reabertura do comércio.
“Temos que pensar que não existe uma dicotomia entre as questões de saúde e economia. Eu como profissional da saúde, sei muito bem da importância da economia, mas o que a temos visto de experiências internacionais é que a única consequência, em países que não adotaram o isolamento social, foi a que tiveram que adotar essa medida de forma tardia, alertou.
Stürmer garantiu ainda que Porto Alegre não corre risco de ser uma “nova Milão”, onde medidas enérgicas só foram adotadas após a retomada da atividade econômica, o que resultou em mais de 4 mil mortes das cerca de 9,1 mil ocorridas na Itália, devido à Covid-19.
“Porto Alegre não vai ser a nova Milão porque estamos fazendo de tudo para seguir um caminho diferente. Desde o começo, estamos tratando esse assunto com seriedade, baseados nas melhores evidências científicas e experiências internacionais”, finalizou.

Rádio Guaíba e Correio do Povo



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