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domingo, 20 de outubro de 2019

Zoológico de Londres faz primeira selfie de planta da história

Entenda como funciona o pau de selfie de "Pete", a primeira avenca fotógrafa que se tem notícia.

Por Guilherme Eler

(Iuliia Maidaniuk / kathykonkle / Getty Images/Montagem sobre reprodução)

Não é como se, rolando a timeline do Instagram, você algum dia fosse se deparar com uma samambaia posando em frente ao espelho, ou com uma bromélia registrando seu domingo de sol à beira da piscina. Mas o fato é que, por mais absurdo que pareça, pesquisadores ingleses conseguiram que uma avenca protagonizasse a primeira selfie de planta da história.

O mecanismo que permitiu o registro inédito foi criado por funcionários da Sociedade Zoológica de Londres, na Inglaterra. Ele consiste, basicamente, em uma câmera que tira fotos sozinha a cada 20 segundos. Seria algo trivial, não fosse o fato de a traquitana ser alimentada pela energia da própria planta – no caso a avenca “Pete”, que vive tranquilamente numa exposição do zoológico dedicada a florestas tropicais.

A forma como Pete consegue sua energia você já conhece: a fotossíntese, nome para a produção de açúcares e oxigênio a partir de água e CO2. Plantas costumam produzir mais energia do que consomem, e parte desses açúcares é expelida pelas raízes.

É aí que está o pulo do gato. A equipe responsável pelo experimento colocou no solo um dispositivo que serve como uma célula de energia. A ação de microrganismos presente na terra extrai energia química dos açúcares, que é transformada pela célula em energia elétrica. É essa energia elétrica, armazenada em um capacitor, que faz a câmera funcionar – e fotografar Pete e sua vizinhança.

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Como você pode ver neste link, as fotos tiradas por Pete não são lá em uma resolução digna de virar plano de fundo de seu computador. A culpa é da câmera, um modelo simples e que precisa de pouca energia para funcionar, fabricado pela empresa americana Xnor.ai. Mas já é um começo.

Parece um experimento sem sentido, mas fazer plantas tirarem selfies pode ter um efeito prático interessante. Se a moda pega, câmeras instaladas em florestas densas, e mantidas em funcionamento pelas próprias plantas, podem servir como para ferramentas eficazes de monitoramento da natureza. Tudo feito de forma remota e sem que seja preciso interferências humanas invasivas – como instalar redes de alimentação elétrica e caros painéis solares ou ficar precisando trocar as baterias das câmeras com frequência.

“A maioria das fontes de energia tem alguns fatores limitantes – baterias precisam ser trocadas e painéis solares dependem da luz do Sol –, mas plantas podem viver à sombra, movimentando-se naturalmente para melhorar sua absorção dos raios solares”, explica Al Davies, especialista em conservação do zoológico, em comunicado. “Isso significa que o potencial para formas de energia alimentadas por plantas é praticamente ilimitado”.

Bom trabalho, Pete. Mal podemos esperar para ver o seu book completo.


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