Protestos estouraram assim que militares roubaram armas de um quartel na segunda-feira

Após o levante militar, cerca de 30 protestos pequenos foram registrados em setores populares de Caracas até a madrugada desta terça | Foto: Yuri Cortez / AFP / CP
Governo e oposição voltarão às ruas da Venezuela nesta quarta-feira medir forças nas ruas em um clima influenciado pelo rápido levante de 27 militares que não reconheceram o presidente Nicolás Maduro. Em sua primeira alusão pessoal ao levante e posterior captura dos rebeldes, Maduro assegurou nesta terça-feira, pelo Twitter, que a Força Armada “deu incontáveis demonstrações de disciplina, coesão e preparo para enfrentar qualquer ameaça dos inimigos da Pátria”.
Nuestra #FANB ha dado incontables muestras de disciplina, cohesión y preparación para enfrentar cualquier amenaza de los enemigos de la Patria. El poder militar que hoy ostentan, está al servicio de la defensa del interés nacional.
Enquanto isso, os Estados Unidos, país ao qual o presidente socialista acusa de estar por trás de um “golpe de Estado em andamento”, expressaram nesta terça seu apoio às mobilizações populares, que exigirão um “governo de transição” e a realização de eleições. “Estamos com vocês (…) e seguiremos com vocês até que se restaure a democracia e recuperem seu direito à liberdade”, destacou o vice-presidente americano, Mike Pence, em vídeo divulgado pelo Twitter.
Após o levante militar, cerca de 30 protestos pequenos foram registrados em setores populares de Caracas e arredores, alguns até a madrugada desta terça, com bloqueios de ruas, saques a estabelecimentos comerciais, panelaços e confrontos com autoridades, segundo a ONG Observatório de Conflito Social. “‘Fora, Maduro!’, gritavam as pessoas. “Foi horrível. A polícia atirando e gases lacrimogêneos por todos os lados. Tive que enfiar meus netos no banheiro”, relatou à AFP Dinora de Longa, de 60 anos, no bairro Los Mecedores.
Os focos de protesto estouraram assim que, em meio a intensos apelos da oposição para que a Força Armada rompa com Maduro, 27 militares roubaram armas de um quartel e se entrincheiraram em um destacamento em Cotiza (norte de Caracas), onde foram detidos na mesma segunda-feira.
“Transição para o socialismo”
Sob a liderança do jovem líder do Parlamento, Juan Guaidó, que se diz disposto a liderar um “governo de transição”, os opositores vão se mobilizar na quarta-feira. “A única transição na Venezuela é para o socialismo”, refutou o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, ao convocar os seguidores do governo a marchar maciçamente em diferentes pontos do país. Será a primeira grande queda de braço nas ruas após os violentos protestos que deixaram 125 mortos entre abril e julho de 2017, em meio à pior crise da história moderna do país petroleiro, com escassez de comida e remédios e uma hiperinflação que o FMI projeta em 10.000.000% para 2019.
A crise provocou o êxodo de 2,3 milhões de pessoas desde 2015, segundo a ONU, o maior movimento migratório da história recente da América Latina, que deu lugar a episódios de xenofobia em países vizinhos, como Brasil, Colômbia e Equador. O Parlamento, de maioria
A sessão desafia uma sentença proferida pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ, de orientação governista), que declarou nula a junta diretiva presidida por Guaidó e reiterou a sentença judicial de 2016, que declarou em desacato o Legislativo e nulas todas as suas decisões. Há uma semana, o Congresso declarou Maduro um “usurpador”, depois de ter assumido em 10 de janeiro um segundo mandato considerado ilegítimo por vários governos, e prometeu anistia aos militares, considerados a sustentação do presidente.
“Não estamos te pedindo para dar um golpe de Estado, que atire (…), estamos te pedindo que defenda junto conosco o direito do povo de ser livre”, disse Guaidó nesta segunda-feira em vídeo aos militares. O líder legislativo assegura que o chamado do Parlamento está repercutindo e que o rápido levante militar mostra o descontentamento na Força Armada.
Anistia
Para a especialista em temas militares Sebastiana Barráez, a anistia “pôs em alerta o poder estabelecido. Abre uma porta àqueles militares que estão cansados com o que acontece dentro da FANB [Força Armada Nacional Bolivariana]”, disse. O novo mandato de Maduro não foi reconhecido pelos Estados Unidos, por vários governos latino-americanos e pela União Europeia, que pretende lançar em fevereiro um grupo de contato internacional para buscar uma saída negociada para a crise, anunciou a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
Quando tomou posse de seu polêmico segundo mandato, Maduro recebeu a promessa de “lealdade absoluta” da Força Armada, integrada por 365 mil efetivos e 1,6 milhão de milicianos civis. A FANB, que se diz chavista e anti-imperialista, garante estar unida. Mas segundo a ONG Controle Cidadão, uns 180 efetivos foram detidos em 2018, acusados de conspirar, uns 100 mil militares pediram baixa desde 2015 e mais de 4 mil desertaram da Guarda Nacional em 2018.
Dois generais estão entre os detidos por um suposto atentado contra Maduro em 4 de agosto, quando dois drones carregados com explosivos estouraram perto de um palanque onde o presidente chefiava um ato militar.
AFP e Correio do Povo
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Impostos e sindicatos matam empresas brasileiras e afugentam empresas estrangeiras.
Brasileiros precisam decidir se continuam a exigir “direitos” que não merecem, ou se caem na real e aceitam a Realidade de que estes “direitos” não existem: não… https://t.co/EHf2KXHKDf— Winston Ling (@WinstonLing) 22 de janeiro de 2019
A cada reunião com secretaria ou órgão do ministério descubro uma caixa preta! Hoje com a Secretaria da Criança constatei 211 prestações de contas atrasadas desde 2009. Que absurdo! Mas já aviso que se tiver desvio vou atrás do responsável e de cada centavo desviado.— Damares Alves (@DamaresAlves) 21 de janeiro de 2019

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