Cédula de votação de 10 de abril de 1938. O texto diz: "Tu concordas com a reunificação da Áustria com o Império Germânico realizada em 13 de março, sob o führer Adolf Hitler?".
Polícias alemã e austríaca desmontam um posto de fronteira.
Anschluß ou Anschluss é uma palavra do idioma alemão que significa conexão, anexação, afiliação ou adesão. É utilizada em História para referir-se à anexação político-militar da Áustria por parte da Alemanha em 1938.[1]
Este termo é o oposto à palavra Ausschluß, que caracteriza a exclusão de Áustria no Reino da Prússia.
No tratado de Saint-Germain-en-Laye de 1919, que pôs fim ao Império Austro-Húngaro, o artigo 88 estipulava expressamente que a união de Áustria com Alemanha ficava proibida, mas a maioria dos habitantes que falavam o alemão apoiavam uma união com a Alemanha.[1]
Como se sabe, a Áustria, na tradição do Império Austro-Húngaro, era uma nação multi-étnica e multicultural. Em Viena e nas principais cidades austríacas viviam pessoas que falavam línguas diversas (alemão, húngaro, checo, croata, iídiche etc.) e praticavam as mais diferentes religiões (católicos - cerca de 73,6% da população [2] , luteranos, judeus, cristãos ortodoxos). O imperador da Áustria tinha sido a figura política que tinha dado coesão à sociedade multicultural do Império Austro-Húngaro. Esse papel centralizador não tinha então um correspondente na nova sociedade austríaca. Muitas famílias judaicas, por exemplo, recordavam com saudade esses tempos idos. A nova sociedade austríaca vivia sob o signo do antissemitismo/antijudaísmo e das dificuldades da coexistência multi-cultural. Muitos austríacos, aqueles que eram de origem germânica (como Adolf Hitler) aspiravam a uma nação livre destas outras etnias, que eles desdenhavam. Aos olhos de Hitler, o ideal a seguir era o do pangermanismo: uma nação com uma só língua e etnia.
A 13 de setembro de 1931, a milícia dos cristãos-socialistas tenta em vão tomar o poder na Áustria pelas armas.
Depois da vitória nas eleições de abril de 1932, os nazistas não obtiveram a maioria absoluta, o que os enfrenta à oposição. Os nazistas austríacos lançam-se a uma estratégia de tensão e recorrem ao terrorismo. O chanceler social cristão Engelbert Dollfuss escolhe em 1933 governar por decreto, dissolve o parlamento, o Partido Comunista da Áustria, o partido nacional-socialista e a poderosa milícia social-democrata, a Schutzbund. Seu regime toma uma tintura fascista com uma preferência para Benito Mussolini. Dollfuss reprime aos social-democratas que não querem deixar morrer a democracia, seja pela mão de Dollfuss ou a dos nazistas.
A dura repressão da polícia depois de uma insurreição em Linz em fevereiro de 1934 causou entre 1000 e 2000 mortes, os social-democratas abandonaram o combate e escolheram o exílio.
Enquanto isso os nazistas austríacos reforçaram-se e organizaram-se; preferindo um fascismo mais germânico assassinaram o chanceler Dollfuss a 25 de junho de 1934 e exterminaram seu clã, mas seu golpe de Estado é frustrado.
O novo chanceler, Kurt Schuschnigg, negocia uma trégua com Hitler em Berchtesgaden em fevereiro de 1938. O acordo é claro: entrada dos nazistas ao governo e anistia para os crimes em troca de uma não-intervenção alemã na crise política.
O pacto não serve de nada: Schuschnigg perde o controle do país e vê como último recurso organizar um referendo para beneficiar-se da legitimidade popular: o exército alemão entra na Áustria a 12 de março e coloca o ministro do interior nazista no posto de chanceler.
A 13 de março de 1938 a Alemanha anuncia oficialmente a anexação da república austríaca e a converte numa província do Terceiro Reich. Em 10 de abril, um referendo avaliza a anexação com 99% de aprovação da população.
A França aceita a anexação de Áustria, que não voltará a ser soberana antes do final da Segunda Guerra Mundial, depois de ter sido ocupada pelos Aliados da Segunda Guerra Mundial (ver: Zonas ocupadas pelos Aliados na Áustria).
Índice
- 1 Líderes políticos e militares austríacos na Alemanha Nazista
- 2 Ver também
- 3 Referências
- 4 Bibliografia
Líderes políticos e militares austríacos na Alemanha Nazista
- Adolf Eichmann
- Adolf Hitler
- Alexander Löhr
- Alfred Ritter von Hubicki
- Amon Göth
- Arthur Seyss-Inquart
- Ernst Kaltenbrunner
- Franz Böhme
- Odilo Globocnik
- Julius Ringel
- Kurt Schuschnigg
- Lothar Rendulic
- Otto Skorzeny
Ver também
- A noviça rebelde
- Áustria Alemã
- História da Áustria
- O grande ditador
- Pangermanismo
- Política da Áustria
- Tratado de Saint-Germain-en-Laye
Referências
- «Catolicismo na Áustria». Wikipédia, a enciclopédia livre. 23 de fevereiro de 2017
Bibliografia
- Snyder, Louis L. (1998). Encyclopedia of the Third Reich (em inglês). Ware, Hertfordshire: Wordsworth Editions. 410 páginas. ISBN 1-85326-684-1
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