Juíza cancela visto e determina que União deporte Battisti para México ou França

Cesare Battisti

Condenado na Itália por crime de homicídio, Battisti está no Brasil desde 2004Agência Brasil/Arquivo

Três anos e meio depois de receber os primeiros documentos que lhe deram o direito de viver e trabalhar no Brasil, o ex-ativista italiano Cesare Battisti, condenado na Itália à prisão perpétua por homicídio quando integrava o grupo Proletariados Armados pelo Comunismo, teve considerado nulo o ato de concessão de permanência em território brasileiro.

Em decisão proferida em 26 de fevereiro e divulgada hoje (3), a juíza federal de primeira instância em Brasília Adverci Rates Mendes de Abreu, atendendo a pedido do Ministério Público Federal, considerou ilegal ato do Conselho Nacional de Imigração (CNIg) que concedeu a Battisti visto de permanência definitiva no Brasil.

Para a juíza, o ato contrariou “norma de observância obrigatória” da Lei 6.815/1980 (Estatuto do Estrangeiro), que impede a concessão de visto a estrangeiro condenado ou processado em outro país por crime doloso. Na decisão, da qual cabe recurso, a magistrada determina que a União implemente procedimento de deportação para o México ou a França, países pelos quais Battisti passou antes de chegar ao Brasil.

Depois de condenado na Itália, Battisti fugiu para o Brasil em 2004, onde foi preso três anos depois. O governo italiano pediu extradição dele, que foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pelo STF.

A Corte entendeu que a última palavra no caso deveria ser do presidente, porque se tratava de um tema de soberania nacional. Battisti foi solto da Penitenciária da Papuda, em Brasília, em 9 de junho 2011, onde estava desde 2007. Em agosto daquele ano, o italiano obteve o visto de permanência do Conselho Nacional de Imigração.

Para a juíza Adverci Rates Mendes de Abreu, no entanto, Battisti deve ser deportado e não extraditado, o que não afronta a decisão presidencial. “Os institutos da deportação e da extradição não se confundem, pois a deportação não implica afronta à decisão do presidente da República de não extradição, visto que não é necessária a entrega do estrangeiro ao seu país de nacionalidade, no caso a Itália, podendo ser para o país de procedência ou outro que consinta em recebê-lo [México ou França]”, afirmou a juíza.

A defesa do italiano pode recorrer da decisão ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e também ao STF.

 

 

Agência Brasil

 

Sérgio Moro pede ajuda internacional para ouvir testemunhas da Lava Jato

 

Da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato, pediu hoje (3) ajuda da Coreia do Sul, Holanda, das Ilhas Cayman e do Japão para ouvir cinco testemunhas indicadas pela defesa de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano.

Juiz Sérgio Moro participou do Primeiro Seminário Nacional sobre Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro. Não falou com a imprensa sobre a Operação Lava Jato, disse que legalmente não pode falar sobre casos abertos

Juiz Sérgio Moro quer que os depoimentos sigam a convenção da ONU contra a corrupçãoAkemi Nitahara/Agência Brasil

O magistrado quer que as autoridades promovam a audição e tomada de depoimento das testemunhas, de acordo com convenção contra a corrupção adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Tanto o juiz quanto a defesa de Baiano querem ouvir as testemunhas.

Preso nas investigações da Operação Lava Jato, Baiano é acusado de cobrar propina para intermediar a compra de equipamentos para a Petrobras. Seus advogados negam as acusações de negócios ilícitos com a estatal.

Baiano também nega ter relações com o PMDB. Em depoimento de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef disse que o investigado arrecadava propina para o PMDB, por meio de contratos com a Petrobras.

Na Coreia do Sul, foram relacionados Harris Lee e J. W. Kin, respectivamente vice-presidente e presidente da Samsung Heavy Industries Co Ltd. Na Holanda, Claudio Castejon, diretor da Petrobras International Braspetro BV. As Ilhas Cayman incluiram Yasuyuki Fujitani, diretor da Japan Drilling Investment, enquanto o Japão quer ouvir Ishiro Inagaki, cuja empresa não foi informada.

 

Agência Brasil

 

Reagir a assalto pode virar crime hediondo |

Um projeto de lei apresentado na tarde de hoje na Câmara dos Deputados que tornar crime hediondo a reação a assalto e a legítima defesa. Segundo o texto do projeto, “a iniciativa visa reduzir o grande número de assaltantes que são...

joselitomuller.com

 

 

Alertas de desmatamento crescem 90,5% na Amazônia Legal

 

Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

Desmatamento

Área afetada pelo desmatamento já atingiu 2.215,5 quilômetros quadrados, informa InpeArquivo/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal registraram aumento de 90,5% entre agosto de 2014 e janeiro de 2015, comparado ao período de agosto de 2013 a janeiro de 2014. A área afetada subiu de 1.162,7 quilômetros quadrados (km²) para 2.215,5 km². Os dados são do Sistema de Detecção de Mapeamento em Tempo Real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O instituto divulgou ontem (2) os dados de novembro de 2014 a janeiro de 2015. Em novembro, foram verificados 77 km² de alertas. Em dezembro, subiu para 85 km² e, em janeiro, o registro alcançou 129 km². Em agosto, os alertas atingiram 890 km². Em setembro e outubro, foram 736 km² e 298 km² de alertas, respectivamente.

Saiba Mais

O Deter, que permite detectar desmatamentos com áreas maiores que 25 hectares, é um levantamento para orientar a fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em terra.

Entretanto, nem todos os desmatamentos são identificados pelo satélite do Inpe, por causa da cobertura de nuvens. As chuvas também dificultam o trabalho dos madeireiros. Por isso, há uma redução nos alertas de desmatamento no período.

O Deter, o Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes) e o Projeto de Mapeamento da Degradação Florestal na Amazônia Brasileira (Degrad) formam o conjunto de sistemas para monitoramento e acompanhamento do estado da Amazônia Legal.

De agosto de 2013 a julho de 2014, os últimos dados do Prodes apontaram uma redução de 18% na taxa anual de desmatamento, na comparação com o período anterior – agosto/2012 a julho/2013. O resultado do mapeamento de 2014 apresentou taxa de 4.848 km² desmatados, contra 5.891 km² do período anterior.

O Prodes computa como desmatamento áreas maiores que 6,25 hectares com remoção completa da cobertura florestal, o corte raso.

Os dados do Degrad para 2011, 2012 e 2013 mostraram estágio de degradação em 24.650 km², 8.634 km² e 5.434 km², respectivamente. A análise conjunta dos projetos permite identificar o quanto da degradação florestal de determinado ano é convertida para corte raso nos anos seguintes.

Nove estados compõem a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

 

Agência Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário