Gaúcho havia anunciado que não concorreria, mas agora articula nova indicação, que ganhou força com a estratégia nacional do partido de priorizar a eleição do Senado em todos os estados
O senador Paulo Paim (PT) não só está disposto, como se movimenta com rapidez para disputar a reeleição ao Senado em 2026. A informação havia sido adiantada pelo Correio do Povo em 26 de julho, e foi confirmada por articuladores petistas do RS nesta quinta-feira, 7. De acordo com estes articuladores, a ideia que se fortalece neste momento é a de que sejam apresentados dois nomes fortes para o Senado dentro da aliança que o PT almeja encabeçar no RS. O outro nome é o da ex-deputada Manuela D’Ávila. Manuela está sem partido, mas tende a ingressar no PSol ou, ainda, no PSB.
Até agora, entre petistas, o nome mais lembrado para concorrer ao Senado era o do deputado federal Paulo Pimenta. Mas também havia tratativas no sentido de a chapa contar com Manuela e um segundo nome, não tão competitivo, que ajudasse a agregar votos, mas não atrapalhasse o desempenho da ex-deputada.
A guinada de Paim, que em novembro do ano passado havia anunciado publicamente sua decisão de não concorrer de novo ao Senado, chegou a pegar de surpresa, em um primeiro momento, parte das lideranças petistas. Mas, agora, começa a se consolidar. O senador faz movimentos por uma nova indicação pelo menos desde o início de julho, quando passou a ser ventilada a existência de um ‘clamor’ de apoiadores.
Na sequência, começou a circular nas redes o vídeo com parte do discurso do petista em um evento sindical, acompanhado pela hashtag #FICAPAIM2026. Disse o senador na ocasião: “Eu, naturalmente, se tiver que ir para o sacrifício, mediante o encaminhamento que for feito por todos, é um debate que eu tenho que ter grandeza de abrir. Nunca recuei e não recuarei se for necessário. Não quero ser problema, quero ser solução.”
Os acontecimentos dos últimos dias, quando deputados e senadores bolsonaristas ocuparam o Congresso, inviabilizando a realização das sessões na volta do recesso parlamentar, e tentando impor suas pautas, mesmo sem a concordância da maioria, acabou consolidando o movimento de Paim e seus apoiadores. Porque reforçou no PT o entendimento de que é necessário apresentar dois nomes fortes para o Senado em todos os estados em que isto for possível, como estratégia para tentar impedir que bolsonaristas formem uma maioria na Casa a partir de 2026. Tanto o presidente Lula quanto dirigentes nacionais vêm assinalando que, entre o Senado e os governos estaduais, o partido deverá priorizar o primeiro.
A negociação interna de Paim para seguir com uma das vagas vem evoluindo com velocidade. Na quarta, 6, enquanto o Congresso ‘pegava fogo’, Paim foi ao X (antigo twitter) para registrar a visita, à tarde, do deputado federal Paulo Pimenta (PT) a seu gabinete.
“Tivemos uma conversa fraternal. Estamos sintonizados com a reeleição do presidente Lula e com a volta do PT ao Palácio Piratini. Conversamos sobre a importância da nossa unidade e das eleições para o Senado”, postou o senador.
Para quem ainda tinha alguma dúvida sobre sua entrada (ou não saída) da corrida, no final da manhã desta quinta-feira foi Manuela quem usou o Instagram para mandar seu recado. “Hoje de manhã conversei com meu amigo Paulo Paim. Concordamos com a necessidade da construção de uma chapa que consiga garantir unidade e amplitude, para que possamos contribuir com a vitória de Lula e vencer as eleições para o governo gaúcho e para o Senado. Alguns não sabem, mas nossa caminhada juntos vem de longe!”, postou.
O PT gaúcho vai apresentar no dia 30 o calendário para a definição de nomes e alianças.
Correio do Povo
