Traficante mais procurado do RS é preso na Bolívia

 Juliano Biron foi detido com nome falso em Santa Cruz de la Sierra

Apontado pela Polícia Civil como fugitivo mais procurado do RS, Juliano Biron foi preso na Bolívia | Foto: Força Especial de Luta contra o Narcotráfico da Bolívia / CP


O traficante mais procurado do Rio Grande do Sul foi preso na Bolívia. Apontado pela Polícia Civil como liderança de uma facção com base no Vale do Sinos, Juliano Biron, 42 anos, estava foragido desde outubro do ano passado e tinha quatro mandados de prisão preventiva em aberto. Ele foi preso na quarta-feira, mas a informação foi confirmada na manhã desta quinta.

Biron foi detido por agentes da Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico (FELCN), braço da polícia boliviana que visa desmantelar redes criminosas envolvidas na produção, transporte e comercialização de narcóticos. Outro traficante gaúcho, morador de Cachoeirinha, também foi preso na ocasião.

A ação ocorreu em Santa Cruz de la Sierra, onde Biron se apresentava com nome falso. Ali, se chamava João Paulo Zucco e dizia ser natural de São José, em Santa Catarina. Ele soma 33 anos de condenação em regime fechado.

Biron era o principal alvo do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Antes dele, o fugitivo gaúcho mais procurado era Fabio Rosa Carvalho, o “Fabio Noia”, que foi preso no início de agosto, na Argentina.

A captura de Biron ocorreu por meio de informações repassadas por agentes do Denarc à Polícia Federal e Polícia Nacional da Bolívia. De acordo com o diretor de Investigações do Denarc, delegado Alencar Carraro, o criminoso era monitorado desde o momento em que chegou ao país vizinho.

"Nossa prioridade era prender o Biron. Por isso, repassamos às autoridades locais algumas características dele e do local onde estava escondido, além dos veículos que guiava, entre outras informações que pudessem ser relevantes”, afirmou o delegado Alencar Carraro.

Fazendas confiscadas

Em 11 de dezembro do ano passado, Biron foi alvo da Operação Beatus, coordenada por agentes da Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro do Denarc. Segundo a investigação, a quadrilha dele teria movimentado, desde o final de 2022, cerca de R$ 1 bilhão.

Na data, foram confiscadas 17 fazendas em território gaúcho. Em duas dessas propriedades, sendo uma em Garruchos e outra em Santo Antônio das Missões, havia pistas de pouso. A suspeita é que as estruturas serviam para o transporte aéreo de drogas de países vizinhos, principalmente cocaína, vinda da Bolívia. Os terrenos também eram utilizados para a criação de gado, que, segundo o Denarc, seria uma das formas de ocultar o dinheiro do tráfico.

Condenado por morte de fotógrafo

Biron foi condenado, em 2020, a 20 anos e oito meses de prisão pelo homicídio do fotógrafo José Gustavo Bertuol Gargioni, de 22 anos, em Canoas. Ele já estava preso pelo assassinato desde 2016.

Em 2017, foi enviado à Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Dois anos depois, em 2019, retornou ao RS, onde permaneceu recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas.

Em janeiro de 2022, recebeu benefício de prisão domiciliar humanitária. Depois, conseguiu autorização para cumprir pena em Cascavel, no Paraná.

Após passar por cirurgias, também ganhou aval para não utilizar tornozeleira eletrônica. Em outubro, Biron foi condenado novamente, por tráfico e lavagem de dinheiro. O paradeiro dele era desconhecido desde então.

Correio do Povo

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