Voluntários que atuaram na enchente de 2024 participam de treinamento em resposta a desastres

 Ação promovida pelo deputado Capitão Martim contou com simulações de resgates complexos e atendimento de primeiros socorros na Orla do Guaíba

Ação foi feia com veículos como jipes e embarcações utilizadas nos resgates na enchente | Foto: Leticia Pasuch / Especial / CP

Como modo de preparação para novos eventos climáticos extremos, foi realizado neste sábado, dia 31, o primeiro treinamento de voluntários em resposta a desastres na Orla do Guaíba, próximo à Usina do Gasômetro, local que foi um dos principais pontos de resgates durante a enchente de maio de 2024 em Porto Alegre. A atividade contou com a presença de pessoas que atuaram no desastre, visando preparar e mobilizar as principais estruturas de resposta que foram operadas à época.

A ação foi promovida pelo deputado estadual Capitão Martim (Republicanos). O objetivo, segundo Martim, é aumentar a preparação e integração dos voluntários, principalmente no caso de novos eventos extremos. “Nossa ideia é montar um grupo forte de voluntários no Rio Grande do Sul, realizando cadastros, para se algum dia tiver um novo evento desse, a gente conseguir ter uma efetividade muito maior e estar sempre melhorando”, diz.

Para o treinamento, foram organizados vários setores de atuação. Simulações envolviam desde o recebimento de alertas até triagem de pessoas e animais, resgates complexos, atendimento de primeiros socorros e alimentação, contando com veículos como jipes, carros elétricos, ambulâncias, embarcações e motos aquáticas, utilizados nas enchentes. Pelo menos 200 voluntários de várias partes do Rio Grande do Sul se inscreveram para participar e acompanhar o treinamento.

“Hoje nós vamos fazer uma simulação de um resgate de paciente saindo da água. Um bombeiro vai vir com uma pessoa com fratura medular, onde nós vamos imobilizá-la, levá-la para triagem médica e ambulância”, explica a enfermeira Lilian Ramos, que atuou na avenida Cairu durante a enchente e participou do setor de primeiros socorros no treinamento.

“Tinha uma bolsa com dipirona, um paracetamol, duas gases um micropore”, lembra ela da época. A moradora da Avenida Benjamin Constant teve o prédio inundado e atuou junto aos resgates por 23 dias, além de atuar como voluntária fornecendo medicação em outros bairros por 60. “Se fosse a minha casa, com certeza eu gostaria de ser resgatada também com o mesmo carinho”, afirma. Ela estima ter ajudado mais de 15 mil pessoas com a equipe em 2024.

O deputado Martim, que também trabalhou como voluntário na enchente, destacou a importância da ajuda dos voluntários no momento em que o estado mais precisou. “Em menos de 24 horas, já tinham uma estrutura gigantesca montada, se conheceram ali, não tinham uma preparação prévia e fizeram a diferença. Sem eles, realmente o desastre ia ser muito maior. Foi o povo salvando o povo”, declara.

Ele ressalta que a ação não deve contemplar apenas situações de desastres, mas também desenvolver a cultura do voluntariado no Rio Grande do Sul, com a participação de associações e ONGs. “Hoje em dia, tem diversas ações que a gente pode estar presente. Esse simulado é o primeiro de muitos”, diz.

Treinamento de Voluntários em Resposta à Desastres Pedro Piegas



Correio do Povo

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