Documento elaborado pelo relator da comissão, Marcos Felipi, será votado na outra semana
Já na fase final de produção, o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o incêndio na Pousada Garoa abordará quatro eixos: os responsáveis pela tragédia; as condições de segurança da pousada; o contrato entre a Garoa e a prefeitura de Porto Alegre; e políticas futuras na cidade para que eventos como o mesmo não voltem a acontecer.
O primeiro tópico deve indicar ou não um responsável pelo incêndio em abril de 2024. Durante os trabalhos da comissão, levantou-se a hipótese, por meio de vídeos e gravações disponibilizados pela defesa de um dos indiciados, além do depoimento de um dos antigos moradores, de que um homem teria colocado fogo no estabelecimento – divergindo do que foi apontado no inquérito da Polícia Civil.
Já o segundo item, que trata das condições de segurança da pousada, o vereador Marcos Felipi (Cidadania) afirmou que deverá abordar a situação do empreendimento – apontada em diversos depoimentos como insalubre – inclusive durante o incêndio. Ou seja: as condições que moradores tinham para sair do local, se havia extintores de incêndio, saídas de emergência e afins.
“Não vai trazer nada a mais do que aquilo que ouvimos na CPI, dos depoimentos que foram transmitidos", revelou o vereador. Segundo ele, todas oitivas foram de extrema importância para elaborar o documento, em especial a do delegado da Polícia Civil encarregado pelo inquérito, Daniel Ordahi, e dos dois indiciados pelo caso: ex-presidente da Fasc, Cristiano Roratto, e a fiscal de serviço, Patrícia Mônaco – sendo o último um dos dois depoimentos realizados de modo privado. O terceiro indiciado, André Kolgeski, dono da rede das Pousadas Garoa, foi chamado para depor, mas não compareceu.
Marcos Felipi entende que a comissão, em função das suas limitações, avançou o máximo que pode nas suas investigações. Em função disso, pretende entregar o relatório “mais completo possível com os fatos que foram apresentados”.
O documento será apresentado pelo relator aos demais vereadores na próxima sessão da CPI, nesta segunda-feira, 23, e irá à votação na outra segunda-feira, 30. Se divergir das conclusões do relator, é possível que o presidente da comissão, o vereador Pedro Ruas (PSol), apresente um relatório 'paralelo'. Ruas garante que, caso isso ocorra, os dois documentos serão enviados aos órgãos de controle, como Ministério Público e Tribunal de Contas.
Correio do Povo
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