Ex-ministra alemã Annalena Baerbock eleita nova presidente da Assembleia Geral da ONU

 Presidente da 80ª sessão da Assembleia da ONU, foi definida em votação incomum requerida pela Rússia

Em votação secreta Baerbock recebeu 167 votos e 14 Estados se abstiveram | Foto: Manuel Elías / UN Photo/ CP


A ex-ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, foi eleita, nesta segunda-feira, 2, presidente da 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, ao fim de uma votação incomum requerida pela Rússia. O presidente da Assembleia é eleito todos os anos por um período de um ano, mas essa eleição de candidato único, que rota geograficamente, é geralmente feita por aclamação.

Na ocasião, durante um debate com Baerbock, em meados de maio, a Rússia deixou muito claro que se opunha à candidata alemã e exigiu uma votação, segundo informaram fontes diplomáticas à AFP. "A senhora Baerbock demonstrou repetidamente sua incompetência, sua extrema parcialidade e seu desconhecimento dos princípios básicos da diplomacia", declarou então o embaixador adjunto russo Dmitry Polyanskiy.

"A decisão das autoridades de Berlim de impulsionar sua candidatura [...], no lugar de uma candidata que havia sido anunciada previamente e convinha a todos, não é nem mais, nem menos que cuspir na cara da organização mundial", acrescentou.

Em setembro, a Alemanha havia proposto como candidata a diplomata Helga Schmid, que foi secretária-geral da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) no período 2020-24. Em março, mudou de opinião e propôs Baerbock, que deixava seu cargo de chefe da diplomacia após as eleições parlamentares de fevereiro. Na votação secreta, que ocorreu nesta segunda-feira, Baerbock recebeu 167 votos a seu favor, 14 Estados se abstiveram e 7 votaram por Schmid.

"Vivemos tempos difíceis, caminhamos na corda bamba da incerteza, mas o nascimento das Nações Unidas há 80 anos nos recorda que já passamos por outros momentos difíceis. Cabe a nós enfrentarmos esses desafios", declarou Baerbock após sua eleição. "Manterei um diálogo baseado na confiança com todos os Estados-membros. Minha porta estará sempre aberta", prometeu a futura presidente do fórum, que tomará posse do cargo em setembro em substituição do camaronês Philémon Yang.

AFP e Correio do Povo

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