segunda-feira, 23 de junho de 2025

Em Porto Alegre, moradores das Ilhas relatam medo e vigilância diante da cheia do Rio Guaíba

 População vive o drama de mais uma enchente no bairro Arquipélago

Ruas alagadas na Ilha da Pintada na manhã deste domingo, na Capital | Foto: Camila Cunha


Nas Ilhas de Porto Alegre, o cenário é de vigilância. Na Ilha da Pintada, a água já se aproxima da Colônia de Pescadores Z5, enquanto na Ilha das Flores o acesso terrestre está bloqueado, só é possível circular de barco. À beira da BR-290, moradores deixaram veículos estacionados por segurança, temendo a subida das águas.

O pescador Felipe Maciel Visintaimer, de 40 anos, que vive em uma parte um pouco mais alta da Ilha da Pintada, se preparou para evitar prejuízos.

“Fiz todos os móveis de tijolo à vista. Só os roupeiros precisam ser elevados, se for o caso. Não dá mais pra estar comprando tudo de novo”, afirma.


Ele lembra que, no ano passado, ajudou nos resgates de vizinhos, mas espera que desta vez isso não seja necessário.

Também no bairro Arquipélago, a sede do Grêmio Náutico União, na Ilha do Pavão, em Porto Alegre, amanheceu praticamente submersa neste domingo. Da região, é possível ver que a correnteza do Jacuí segue forte, levando troncos e detritos em direção ao Guaíba.

Defesa Civil de Porto Alegre intensifica operações de resgate nas Ilhas


A Defesa Civil de Porto Alegre, em ação conjunta com o Corpo de Bombeiros, Brigada Militar e Marinha do Brasil, intensificou no fim de semana as operações de resgate no bairro Arquipélago devido à elevação do nível do Guaíba.

Neste domingo, 22, em barcos e jet skis, as equipes percorreram o braço Norte da Ilha dos Marinheiros oferecendo acolhimento, mas as famílias visitadas preferiram permanecer em suas residências.

No sábado, 21, mais de 20 pessoas foram resgatadas e encaminhadas para casas de familiares. Quem necessitar abrigo deve solicitar diretamente aos agentes da Defesa Civil e demais órgãos que percorrem as ruas internas das ilhas ou, então, pelo telefone 199.

“As operações são conduzidas de forma coordenada com as forças de segurança e salvamento, com foco no monitoramento e na retirada de pessoas em áreas de risco. Nossas equipes seguem patrulhando a região para atender pedidos de resgate, além de prestar suporte às famílias que ainda permanecem nas residências”, explica o chefe da Defesa Civil de Porto Alegre, Evaldo Rodrigues.

Acolhimento emergencial - O abrigo na Arena KTO permanece aberto. Na manhã deste domingo, 53 pessoas estavam no local, sendo 24 adultos (11 homens e 13 mulheres) e 29 crianças e adolescentes. Também foram acolhidos quatro animais de estimação (um cachorro e três gatos).

As famílias abrigadas são oriundas de diferentes regiões: quatro do bairro Humaitá/Farrapos, quatro da Ilha da Pintada, uma da Ilha Grande dos Marinheiros e nove da Ilha do Pavão.

A Prefeitura de Porto Alegre reforça que as operações continuarão enquanto houver necessidade, com o objetivo de preservar vidas e garantir acolhimento digno a todas as famílias afetadas.

Correio do Povo

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