Ex-ministro deverá concorrer à Câmara dos Deputados pela sexta vez na eleição do próximo ano
O ingresso do ex-ministro Onyx Lorenzoni no PP, confirmado em ato nesta segunda-feira, adiciona um novo ingrediente na disputa eleitoral do próximo ano.
Após concorrer ao Palácio Piratini, em 2022, ainda pelo PL, Onyx entra no PP com a garantia de que terá espaço – e recursos – para disputa uma vaga na Câmara dos Deputados. Ainda que não tenha fechado as portas para uma possível candidatura ao Piratini novamente.
“Não há nenhuma condicionante na minha entrada. Se lá na frente, e é importante essa palavrinha: 'lá na frente', em abril, março, do ano que vem, que é quando as definições irão ocorrer, se a minha família Progressista achar que eu posso ter condição de representá-las, eu vou dizer a mesma coisa para o presidente Covatti (Filho) e para o vice-presidente Afonso Hamm e para os membros do PP: eu vou honrá-los e quero fazer um trabalho que possa ajudá-los", afirmou o ex-ministro.
Ele garantiu, ainda, que não deve ser um empecilho para as articulações do partido. Isso porque, por mais que lideranças do PP insistam, publicamente, em reforçar o discurso do protagonismo e de candidatura própria no pleito do próximo ano, há grupos que defendem que o PP pode ficar com a vaga de vice em uma das duas candidaturas que se aventam no campo da direita e centro-direita: a do vice-governador, Gabriel Souza (MDB) ou a do deputado federal Luciano Zucco (PL), lançado pré-candidato na última semana pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. "Nunca fiz terceiro turno", reforçou Onyx.
Apesar disso, deu a entender uma necessidade de mudança. "O povo gaúcho está muito sofrido, ele precisa buscar e encontrar novos caminhos. Essa é só a minha opinião, mas que eu vou compartilhar dentro do partido", afirmou.
Dando, ainda uma cutucada no ex adversário, Eduardo Leite (PSD), e amaciando os novos colegas, ao afirmar uma das diferenças entre uma gestão sua e de Leite: "Eu teria uma diferença muito grande do governo dele. O espaço do PP seria muito maior".
A carta de filiação de Onyx foi abonada pelo presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, pelo presidente e vice-estadual, Covatti Filho e Afonso Hamm, além da senadora Tereza Cristina.
Questões internas no PP
A entrada do ex-ministro mexe os ânimos dentro do próprio PP, que vem se organizando e almeja alçar mais protagonismo no pleito do próximo ano. Isso porque com a vinda do ex-ministro a expectativa é de que o partido amplie de três para cinco o número de deputados federais (hoje são: Covatti Filho, Afonso Hamm e Pedro Westphalen), podendo chegar em seis, caso a deputada federal Any Ortiz, de fato, deixe o Cidadania para ingressar no PP.
"Os números vão aumentar muito e, cada vez mais, consolidar a União Progressista como um protagonista do ano que vem", disse Covatti Filho, presidente do partido, durante ato de filiação.
Apesar disso, nomes dentro do PP olham de canto olho para essa projeção e temem que alguém fique de fora. Além dos três deputados federais que vão à reeleição, o deputado estadual Frederico Antunes também planeja pleitear uma vaga na Câmara dos Deputados.
Saída turbulenta do PL
Durante a coletiva, o Onyx não deu motivos à sua troca partidária, resumindo a decisão a uma escolha pessoal. Um exemplo é que o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, deve entregar até amanhã a carta de desfiliação do partido ao deputado estadual Rodrigo Lorenzoni, para que o mesmo migre junto de seu pai para o PP.
Entretanto, é público que os rachas dentro do PL no RS estavam tornando insustentável a permanência da família Lorenzoni. E a situação teve uma acentuada piora após o retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para o partido e, com isso, a entrada de uma série de nomes com ele.
Correio do Povo
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