quinta-feira, 19 de junho de 2025

Copom antecipa interrupção de altas dos juros, mas diz que pode seguir com ciclo

 Novo reajuste da Selic, para 15%, ficou acima das estimativa do mercado

Gabriel Galípolo, presidente do BC | Foto: Saulo Cruz / Agência Senado / CP


O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta ter que antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros para as próximas reuniões, após elevar a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 15,00% ao ano. Apesar disso, já adiantou que não hesitará em mudar de ideia e continuar com o aperto monetário caso avalie, no encontro de julho, que será a decisão mais adequada.

A decisão sobre a pausa, de acordo com o comunicado divulgado, se dará para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados. Assim, conforme a cúpula do BC, será possível avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.

'O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado', ponderou.

A decisão ficou acima da mediana das expectativas do mercado financeiro pela primeira vez desde outubro de 2021, já que a maior parte dos analistas previa a manutenção da taxa.

Segundo o BC, a escolha por mais uma alta é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. 'Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego', trouxe o documento.

O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a sua projeção para a inflação acumulada em 12 meses até o fim de 2026, horizonte relevante da política monetária. A estimativa seguiu em 3,6% no cenário de referência, distanciando-se do teto da meta, de 4,50%.

Apesar da redução, a estimativa ainda indica que a trajetória da taxa Selic embutida no relatório Focus - com juros em 14,75% até o fim deste ano, e caindo a 12,50% no fim do ano que vem - seria insuficiente para fazer a inflação convergir ao centro da meta, de 3%, no período de seis trimestres observado pelo Banco Central (BC).

Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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