Senador vai substituir Gleisi Hoffmann até novas eleições do partido, em julho
O senador Humberto Costa assumiu nesta sexta-feira a presidência do PT como interino no lugar de Gleisi Hoffmann. Ela tomará posse como ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais na próxima segunda-feira. Após ser aclamado, Humberto disse que o principal desafio do partido é reverter a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e construir a unidade interna.
"Vamos contribuir para ultrapassar esse momento de dificuldade que estamos vivendo em termos de popularidade do governo e unir o PT para o processo de eleição direta, com voto dos filiados, em julho”, afirmou o senador. “Será um grande processo de renovação para chegarmos às eleições de 2026 com nosso presidente candidato a novo mandato.”
Gleisi comandava o PT desde julho de 2017. Durante o encontro de ontem houve 32 manifestações de dirigentes em homenagem à futura ministra, que também vai se licenciar do cargo de deputada federal. Gleisi destacou, ainda, a importância dos partidos aliados na base de sustentação do governo no Congresso. Quando estava no comando do PT, ela fazia muitas críticas ao Centrão, principalmente por causa da 'influência desmedida' desse bloco sobre o Palácio do Planalto, e sempre foi considerada radical.
No dia 6 de julho, o PT promoverá eleições diretas para renovar sua direção em todo o País. A exemplo de Lula, que enfrenta o pior período de todos os seus mandatos, o PT vive uma crise, dividido em várias alas que não se entendem sobre os rumos do partido e do governo. Há os que pregam uma guinada à esquerda e outros que defendem a necessidade de diálogo com todos os setores para pôr fim à polarização no País. O ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva é o favorito de Lula para comandar o PT a partir de julho, mas sua candidatura tem enfrentado resistências em seu próprio grupo político justamente por ele propor mais diálogo e menos enfrentamento. Com o racha, uma ala do PT quer agora que Humberto entre na disputa com Edinho, em julho, mas, até o momento, ele não manifestou interesse nesse duelo.
"O meu compromisso é de um mandato-tampão, até para que eu possa cumprir a minha principal responsabilidade, que é a de tentar fazer com que esse processo de eleição interna se dê de forma democrática e seja de mobilização nacional dos nossos filiados”, disse Humberto. “Queremos fortalecer já o partido para a disputa de 2026.”
Estadão Conteúdo e Correio do Povo

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