segunda-feira, 10 de março de 2025

Emater/RS e Embrapa focam na resiliência do produtor e trazem soluções à Expodireto

 Tecnologias para enfrentar desafios climáticos são prioridade para a extensão rural e a pesquisa agropecuária

Na 25ª Expodireto, a Embrapa apresentará cinco variedades de sorgo, cereal que apresenta notável resistência à escassez hídrica | Foto: Sandra Brito / Embrapa / CP


As principais abordagens da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul e Associação Sulina de Crédito e Assistência Rural (Emater/RS-Ascar) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), durante a 25ª Expodireto Cotrijal, estão focadas na resiliência do produtor frente aos desafios climáticos.

Para o evento, que ocorre de 10 a 14 de março, em Não-Me-Toque, na Região do Alto Uruguai, a Emater/RS 16 parcelas temáticas.

"A resiliência do agricultor é o centro da nossa abordagem. Através da inovação e da tecnologia, buscamos ferramentas que ajudem o produtor a enfrentar os desafios do campo, como estiagens e mudanças climáticas", afirma o gerente regional em Passo Fundo, Gustavo Bonotto.

Um dos destaques da empresa de extensão rural é o projeto Plantio 360º, que se encontra em andamento desde julho de 2024. A iniciativa integra tecnologias de solos, culturas e aplicação de defensivos agrícolas. De acordo com a Emater, o Plantio 360º aborda a relação entre solo, máquina e planta de forma sistêmica, destacando a importância da observação e manejo adequado desses fatores essenciais para o sucesso da produção agrícola. “Essa integração é fundamental para o enfrentamento de estiagens, cada vez mais frequentes”, diz Bonotto.

A Emater/RS também salienta a integração da bovinocultura de leite com a proposta de agroindústria modular, uma sugestão de implantação simplificada de unidades de processamento de matéria-prima, tanto de origem vegetal quanto animal. A proposta pretende facilitar a diversificação da produção e promover a melhoria da qualidade de vida das famílias do meio rural, além de estimular a sucessão rural e a diversificação de renda.

“Os agricultores e cidadãos estão convidados a prestigiar o trabalho que, ao longo do ano, é realizado pela extensão rural. Na Expodireto, teremos a oportunidade de ilustrar, de forma organizada, as melhores práticas e soluções para o desenvolvimento do setor”, reforça o gerente.

“Força para vencer os desafios” é o slogan que a Embrapa vai levar para a feira, da qual participa representada pelas unidades Trigo, Uva e Vinho, Florestas, Clima Temperado, Suínos e Aves, Pecuária Sul, Milho e Sorgo, Meio Ambiente, Arroz e Feijão, Soja, Gado de Corte e Gado de Leite.

Um dos espaços da Embrapa na feira será destinado ao programa Recupera RS, um plano de ações emergenciais e estruturantes desenvolvido para apoiar a recomposição de paisagens e a recuperação da agropecuária sustentável no Rio Grande do Sul. Além de apresentar o programa, o espaço do Recupera RS vai contar com tecnologias de enfrentamento às mudanças climáticas, como plantas de serviço (cobertura e raiz), estratégias de recuperação e melhoria do solo, programa de sementes forrageiras, recomposição da paisagem, soluções florestais e frutíferas para diferentes ambientes e adubação com resíduos da produção animal, entre outros.

Durante a feira, deverá ser apresentada a publicação “Diagnóstico e proposições para os impactos de chuvas extremas na Serra Gaúcha”. O trabalho é baseado em levantamentos realizados na Serra Gaúcha, para avaliar as causas e os impactos da tragédia climática que afetou o Rio Grande do Sul em 2024.

Entre as tecnologias que serão exibidas está o Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (Dres), um método para qualificar a estrutura da camada superficial do solo, baseado em características detectadas visualmente em amostras dos primeiros 25 centímetros. O método auxilia nas ações de correção ou de melhoria da qualidade do manejo do solo, principalmente em áreas cultivadas em sistema de plantio direto.

Lançamento da Embrapa na Expodireto, a ervilhaca URS BRS Presilha é uma ferramenta para recuperação de solo. A cultivar foi desenvolvida em parceria com a Sulpasto e Universidade Federal do Rio Grande do Sul e atua na melhoria da qualidade do solo por meio da ativação biológica resultante da maior ciclagem de nutrientes, aumento da matéria orgânica e aumento da eficiência produtiva dos sistemas agropecuários.

No combate à seca, a Embrapa apresenta Auras, um bioativo que reduz os efeitos dos estresses hídricos nas plantas. O bioinsumo otimiza o uso da água pela planta, possibilita maior proteção do potencial produtivo e mitiga estresses hídricos e térmicos. Assim, é capaz de reduzir os efeitos causados pelas estiagens prolongadas, minimizando riscos e expressando o verdadeiro potencial das lavouras.

Cinco cultivares de sorgo serão exibidas pela empresa. Reconhecido pela resistência ao estresse hídrico, o sorgo possui mecanismos de tolerância à seca, como o sistema radicular mais profundo e ramificado, o que o torna mais eficiente na extração de água do solo. Tanto o sorgo granífero quanto o silageiro possuem tolerância à seca, que está relacionada à fisiologia da planta.

Em situações de escassez hídrica, o cereal, o quinto mais produzido no mundo, reduz seu metabolismo, murcha e enrola a folha. Quando a umidade retorna ao solo, recupera o estado normal. O sorgo também possui uma substância cerosa na junção entre a bainha e o limbo foliar, o que o leva a perder menos água durante a transpiração.

Outras novidades contemplam cultivares de soja, que agregam tolerância aos herbicidas glifosato e dicamba e resistência às principais lagartas e doenças da soja, como cancro da haste, pústula bacteriana e podridão radicular de fitóftora. No feijão, os destaques são cultivares que apresentam resistência a várias doenças, como à murcha de fusarium e à antracnose. As cultivares oferecem, ainda, arquitetura ereta, resistência ao acamamento e excelente qualidade comercial dos grãos. O potencial de rendimento supera os seis mil quilos por hectare.

Correio do Povo

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