Pelo menos cinco empresas demonstraram suas tecnologias de ponta que estão sendo comercializadas na feira
A 16ª edição do Fórum do Milho teve seus debates centrados nas tecnologias de ponta trazidas por empresas do setor, assim como os desafios e oportunidades para o agricultor gaúcho. O encontro ocorreu nesta segunda-feira, 10, durante a 25ª Expodireto Cotrijal. A feira é realizada em Não-Me-Toque, e se estende a próxima sexta-feira, 14.
O vice-presidente da Cotrijal, Enio Schroeder, abriu o fórum em nome do presidente, Nei Manica, destacando a importância do milho tanto para o consumo quanto para a rotação de culturas no Estado do Rio Grande do Sul. Enio expressou, no entanto, sua inquietação quanto ao cenário atual da cultura.
“Tínhamos cerca de 30% do volume da Cotrijal com milho e esta cultura está diminuindo cada vez mais. Isso é muito preocupante", afirmou Schroeder.
Jorge Lemainski, chefe-geral da Embrapa Trigo, destacou que o milho é essencial para o Rio Grande do Sul, inclusive para reduzir o risco de quebra de safra do Estado.
“O milho é fundamental para a competitividade da economia do estado do Rio Grande do Sul”, resumiu Lemainski.
Clair Kuhn, secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), abordou a resiliência da agricultura do Estado.
Clair também apresentou informações sobre o “Programa de Irrigação” do governo estadual. Previsto para ser encerrado em abril de 2025, o projeto será prorrogado. De acordo com Kuhn, o programa receberá flexibilizações ou dispensa de outorga do departamento de Gestão de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS), da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema).
Exposição de tecnologias de ponta
Os debates do Fórum foram divididos em dois painéis. O primeiro com cinco participantes de empresas que demonstrariam suas tecnologias para o produtor. O segundo, com uma perspectiva de mercado apresentada por uma consultoria parceira da Cotrijal.
O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Frederico Durães, afirmou que o milho é um grão que tem grande importância para o momento de transição energética que vivemos, já que conta com grande potencial calorífico, já que conta com muito carboidrato.
“Há um espaço enorme para o milho de segunda safra no Rio Grande do Sul", disse Durães, afirmando que pode haver maior parcela deste tipo de milho no Estado, já que o milho colhido na primeira safra tem compreende praticamente 18% de toda a produção da região sul. Por fim, destacou o produto trazido pela Embrapa ao mercado, em parceria com Helix, o BT Max. Segundo Durães, é uma cultivar que tem grande resistência a lagarta-do-cartucho.
Na sequência, Rafael Azevedo, gerente de marketing da Bayer, comentou sobre o “smart corn system”, é um novo conceito de milho mais baixo, que sofre menos risco de tombamento, mas com boa produtividade por hectare. depois, Gabriel Fachin da Syngenta, Falou od Tymirium uma tecnologia que suplementa o manejo químico de sementes para evitar doenças foliares. Por fim, José Carlos Casarotto Madaloz, da Corteva, falou da tecnologia Powercore Ultra Enlist, que está sendo lançada na feira, assim como o milho p30001 pwe, que promete ser eficiente para Buva e outras folhas largas.
Carinho com o grão
Já o segundo painel, comandado por Silvia Bampi, consultora de gerenciamento de Riscos da StoneX Brasil, destacou as possibilidades do mercado internacional para o milho brasilei. Segundo Bampi, a principal mudança recente são as promessas de taxação de economias parceiras pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para Bampi, essa animosidade entre as nações pode abrir espaço para a importação de milho brasileiro no mercado mexicano, neste momento o maior importador deste grão no mundo.
Esta situação acontece em um momento de redução das importações de milho brasileiro pela China. “O mercado de milho no mundo vive um momento totalmente oposto ao mercado de soja”, resumiu Bampi, afirmando que, enquanto a soja está em momento de acomodação, o milho vislumbra novas oportunidades.
Mesmo que a “fivela esteja apertada” para o produtos, o consumo mundial de milho deve ser maior que a produção vislumbrada para a safra seguinte. “O que será produzido de milho no mundo não será suficiente para o consumo”, resume.
“Nós, gaúchos, precisamos voltar a olhar com carinho para o milho”. Segundo Bampi, o Estado viu uma redução de área de cerca de 23% entre 2024 e 2025. Mesmo assim, segue sendo o maior produtor de milho safra verão, mas que não produz em quantidade na segunda safra.
“O RS ainda não é autossuficiente em milho para suas produções”, destacou, por fim, em relação à indústria de proteína animal por aqui. “A necessidade de milho no estado é nítida”, finalizou.
Correio do Povo
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