quarta-feira, 5 de junho de 2024

Empresas gaúchas enfrentam problemas para quitar folhas de pagamento, diz FIERGS

 Federação defende benefício emergencial para manutenção de empregos


Dados preliminares de uma consulta realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERG) revelam que 55% das empresas gaúchas colocam “o problema para lidar com seus funcionários, incluindo a quitação dos salários” como principal entrave no momento. Esta reclamação fica atrás apenas das dificuldades logísticas, citada em 63% das respostas.

Diante deste cenário, o presidente da FIERGS destaca a importância de serem tomadas medidas urgentes de suporte financeiro que garantam o pagamento de salários e evitem demissões. “Com muitas empresas ainda sem produção e faturamento desde o início de maio, a capacidade para cumprir obrigações trabalhistas até o quinto dia útil de junho está severamente comprometida”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.

Dentre os principais pedidos da indústria gaúcha estão a reativação de medidas emergenciais de manutenção do emprego, como o Benefício Emergencial (BEm) e o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese), ações implementadas no âmbito federal durante a pandemia.

Segundo a FIERGS, nos 78 municípios em estado de calamidade pública hoje no Estado, houve 832 mil acordos no âmbito do Benefício Emergencial na época da pandemia, há quatro anos. Isso representou uma proteção para cerca de 393 mil trabalhadores nessas localidades na ocasião. Dados da UEE da FIERGS, na época, coletados em maio de 2020, revelaram que cerca de 30% das indústrias gaúchas buscaram crédito para arcar com a folha de pagamentos naquele momento.

“A ação imediata é crucial para evitar o colapso de empresas afetadas direta e indiretamente pelas enchentes e a perda de milhares de empregos no Rio Grande do Sul”, diz Gilberto Petry, pedindo um esforço conjunto aos governos federal, estadual e municipal para garantir o suporte necessário à superação desse momento crítico.

A FIERGS avalia, porém, que as causas das dificuldades financeiras das empresas são distintas, de modo que o impacto sobre a folha de pagamentos pode ser maior na crise decorrente das enchentes de 2024 na comparação com a pandemia.

Além da queda na produção e faturamento, as indústrias ainda terão que arcar com custos adicionais de reparo e reconstrução. Gilberto Porcello Petry lembra ainda que as empresas precisam de capital de giro para saldar compromissos que vencem diariamente. Para ele, o Estado está em uma situação de emergência e por isso são necessários recursos que cheguem na ponta ou a economia não conseguirá se reerguer.

A pesquisa sobre os impactos das enchentes na indústria gaúcha vem sendo elaborada pela FIERGS, por meio da Unidade de Estudos Econômicos (UEE) e da Unidade de Desenvolvimento Sindical (Unisind), e seu resultado completo deverá estar disponível na próxima semana.


Correio do Povo

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