quinta-feira, 2 de maio de 2024

Região central do Rio Grande do Sul têm pessoas ilhadas e cidades isoladas

 Um barco é utilizado no resgate das pessoas atingidas pelas chuvas

Inundação ilhou casas em Balneário Passo do Verde 

O transbordamento dos principais cursos d’água, em função da constante chuva que cai sobre o Estado, resulta em alagamentos em diversos municípios na região central. Centena de famílias estão ilhadas e necessitando de resgate. Bloqueios em rodovias estaduais e federais deixam cidades isoladas.

O Corpo de Bombeiros Militar presta auxílio aos moradores das comunidades afetadas. Além disso, a solidariedade da população local tem se mostrado crucial, com voluntários se unindo aos grupos de resgate para fornecer suporte adicional às famílias desabrigadas.

Na manhã desta quarta-feira foram atendidas ocorrências em áreas afetadas pela cheia em São Sepé. Dezenas de famílias foram retiradas de suas casas no bairro São Cristóvão. Os bombeiros utilizaram um barco emprestado por voluntários no resgate. Parte das pessoas foram para casas de parentes e outras acolhidas por abrigos do município.

A assistente administrativo Adriane Luiz da Silva, 42 anos foi socorrida junto do marido, o soldador Leonardo Silva, 32, do filho Martin, três anos, e das cachorras Pantera e Preta.

“Faz um ano e meio que a gente mora aqui, e a primeira vez que fica assim. Da outra vez chegou perto, mas bem baixo a água; agora não, chegou a entrar na casa, mas estávamos ilhados”, relata Adriane.

No fim da manhã, Itaara decretou situação de emergência. Em Santa Maria, onde choveu 341 milímetros em 48 horas, moradores da comunidade conhecida como Várzea do Rio Vacacaí, às margens da BR 392, também precisaram abandonar suas residências. A média prevista para o período era 151 milímetros.

Pensando em evitar acidentes, a energia elétrica foi desligada em áreas alagadas. O sinal de internet e telefonia móvel é intermitente em diversos municípios da região.

Os acessos a Santa Maria Pela BR 392 e BR 158 estão bloqueados. Dois pontos da 292 possuem água acumulada, nos quilômetros 292, em São Sepé, e 340, próximo da localidade de Arenal, em Santa Maria. O trecho da 158 entre Santa Maria e Itaara está bloqueado e sem previsão de liberação.

Já às rodovias estaduais estão completamente bloqueadas e não há desvios possíveis. A rota principal para Porto Alegre, a RSC 287, está interditada devido à queda de uma ponte sobre o Arroio Grande, distrito de Palma, no final da tarde da terça-feira.

O município está recebendo apoio do Exercito Brasileiro, com o deslocamento de caminhões e soldados para auxílio às comunidades.

“Nós atuamos por três meios no resgate e busca das vítimas. Primeiro é o modal aéreo, que infelizmente é muito necessário nesse momento, contudo devido às condições meteorológicas, as aeronaves, por exemplo, do Exército, se encontram pousadas em Florianópolis. Temos atualmente as da Força Aérea atuando na região neste momento. O outro modal que a gente utiliza para os resgates, que já estamos fazendo em diversos municípios, é o meio rodoviário com os nossos caminhões, que estão ajudando as pessoas a saírem de suas residências que foram inundadas. E o outro modal são os botes da nossa engenharia, que naquelas áreas onde as pessoas estão isoladas e não chegam viaturas”, conta o chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Sul, general de Brigada, Marcelo Zucco.

“As Forças Armadas não buscam protagonismo, elas atendem solicitações do governo do Estado. Dentro daquilo que nós podemos fazer agora e o que foi solicitado, nós já estamos com 320 militares, temos condições de apoiar com mais militares. Por exemplo, naquele desastre que ocorreu no Vale da Taquaria o ano passado, alguns dias nós chegamos a atuar com 1,6 mil militares. A nossa capacidade de emprego é muito maior, é claro que dependemos também de acessos aos lugares e que melhorem um pouco as condições meteorológicas e saber o que fazer para não também trazer um transtorno para as pessoas da cidade”, destacou o general.

No momento, o trabalho das Forças Armadas está centrado em quatro regiões do Estado mais afetadas.

Desde a madrugada desta quarta-feira, aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) estão em operação no Estado, dentro das condições meteorológicas viáveis, para buscar famílias ilhadas, com foco nas cidades de Candelária, Santa Cruz do Sul e Sinimbu, onde a situação é mais crítica. Até a manhã desta quarta-feira, a Defesa Civil registrou mais de 130 pedidos de resgate.

Correio do Povo

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