terça-feira, 28 de maio de 2024

Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão de adolescente investigado por simular campanhas de arrecadação para o RS

 Ação fez parte da segunda fase da Operação Dilúvio Moral


Em mais uma fase da Operação Dilúvio Moral, a Polícia Civil, cumpriu, na última sexta-feira, três mandados de busca e apreensão de um adolescente de 16 anos, responsável por fraudes que objetivavam simular campanhas de arrecadação de doações ao Rio Grande do Sul. Foram apreendidos computadores, celulares e equipamentos eletrônicos que eram utilizados para praticar golpes.

Como era feita a fraude:

Golpe era realizado por meio de uma página na internet que simulava página oficial do governo do Estado e, quando aberta, redirecionava os usuários para uma nova página falsa, desta vez simulando o website "Vakinha", em que se divulgava uma suposta campanha de arrecadação de doações. A página, inclusive, era impulsionada pelas redes sociais, a fim de atingir o maior número possível de pessoas.

Para dar aparência de licitude à página, o layout foi adulterado e mostrava que a "campanha" já teria acumulado mais de R$2.700.000,00 (dois milhões e setecentos mil) reais. Na página simulada, era divulgado um QR Code, gerado por uma fintech de checkout (espécie de loja virtual), que permitiria o pagamento via pix. A partir de então, o valor da suposta contribuição era redirecionado da loja virtual para um gateway de pagamentos, que repassava o valor para o local indicado pelo golpista.

No caso, o valor era repassado para uma empresa de treinamentos e serviços, cujo menor era sócio proprietário. Assim, o valor era captado pelo golpista com aparência de licitude, uma vez que simulava a “venda” de um produto ou serviço oriundo de sua empresa.

Uma vez identificada a fraude, a Força-Tarefa Cyber diligenciou imediatamente para retirada do ar de todas as páginas da internet, além do bloqueio de todas as contas bancárias vinculadas ao CPF e aos CNPJs do investigado. Segundo apurado, o adolescente infrator se apresenta nas redes sociais como "Dr. Money" e afirma ter atingido seu primeiros milhão aos 15 anos de idade, utilizando da rede social para ostentar elevado padrão de vida, publicando fotos e vídeos em imóveis de luxo (um deles alvo da operação) e rotineiramente publica comprovantes de recebimento de altos valores oriundos de pagamentos realizados através de redes sociais.

Durante esta segunda fase da Operação, uma ordem judicial foi cumprida em uma cobertura de luxo na cidade de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, além de outros mandados no interior do Estado. A ação contou com apoio operacional da Polícia Civil de Santa Catarina, através da DIC de Balneário Camboriú. Ainda na sexta-feira foram deferidas ordens judiciais de bloqueio de valores de até R$1.000.000,00 (um milhão de reais) em cada conta de responsabilidade do suspeito e das empresas vinculadas. Agora, as investigações seguem em busca eventuais novos integrantes do grupo.

As ações foram feitas por meio da Força-Tarefa Cyber, destacada para o combate a fraudes, golpes e atentados aos serviços de utilidade pública durante o período de calamidade pública no RS. As informações foram detalhadas durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, a Diretora do Deic, Delegada Vanessa Pitrez Corrêa; o Diretor de Investigações do Deic, Delegado Eibert Moreira Neto; e o Delegado titular da DRCID/Deic, Delegado João Vitor Heredia.

Atuação da Força-Tarefa Cyber

O grupo de Delegados e Agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) foi destacado com o objetivo principal de reprimir práticas criminosas virtuais que se utilizem da atual situação do Estado com o fim de obter vantagens de qualquer natureza.

Até o momento, são mais de 60 casos já analisados pelo grupo, sendo que cerca de 70% já foram concluídos, ao passo que 29 inquéritos policiais foram instaurados e contam com diligências investigativas em andamento a fim de responsabilizar os identificados.

Dentre os casos analisados, preliminarmente já foi possível a retirada do ar de 71 páginas, contas e publicações criminosas, criadas com o fim exclusivo de induzir a erro a população em geral.


Correio do Povo

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