quarta-feira, 15 de maio de 2024

Luz de casas e comércios poderá ser desligada em favor de hospitais e abrigos, diz presidente da CEEE Equatorial

 Riberto Barbanera, porém, afirmou que tal situação seria algo a se fazer “no limite”, e que companhia estuda trazer 200 técnicos de outros estados para ajudar na mitigação da enchente

CEEE Equatorial atua com cerca de 1,1 mil técnicos próprios atualmente na contenção dos impactos das cheias 

A CEEE Grupo Equatorial poderá desligar a energia de outros clientes residenciais e comerciais em favor da preservação do serviço em unidades de saúde, os quais a empresa tem um procedimento específico de atendimento, especialmente em hospitais que recebem vítimas da enchente, e abrigos, onde a CEEE Grupo Equatorial monitora junto à Prefeitura. Em entrevista ao Correio do Povo, o presidente da companhia, Riberto Barbanera, porém, explicou que esta decisão seria algo “no limite” e feita de maneira a “tentar de todas as formas possíveis mitigar as consequências deste evento para a população”.

A companhia estuda ainda trazer cerca de 200 técnicos de demais unidades da Equatorial pelo Brasil, além de funcionários de outras companhias de energia elétrica, para auxiliar na contenção dos efeitos da enchente no Rio Grande do Sul. Recentemente, isto foi feito no temporal do último mês de março na Capital. Conforme Barbanera, estes profissionais, em sua maioria, deverão ser especialistas em redes de energia subterrânea, já que boa parte dos cabeamentos de luz do Centro Histórico de Porto Alegre fica embaixo do chão, e estão também inundados.

“Estamos trazendo equipes de outras concessionárias que se solidarizaram com o povo gaúcho, nos ligaram oferecendo recursos, e nós, com o intuito de garantir a rápida recomposição da rede, estamos conversando com estas empresas para que mandem também seus técnicos”, afirmou Barbanera. No entanto, eles não ficariam apenas na Capital, e seriam deslocados a outros municípios, como Rio Grande. “Vamos fazer esta logística de distribuição da melhor maneira possível para garantir que tenhamos contingente adequado às necessidades de cada cidade”, acrescentou.

Hoje, a CEEE Grupo Equatorial conta com 350 equipes em campo, contabilizando por volta de 1,1 mil técnicos próprios atuando na enchente. Diante dos protestos recentes sobre a falta de luz em Porto Alegre, como no bairro Cidade Baixa na noite da última segunda-feira, o presidente afirmou que a companhia está “plenamente solidária a todos os nossos clientes”, e explicou o que ocorreu neste caso específico, visto que, em algumas ruas desta região, havia pontos com energia e outros sem.

“Temos algumas opções de manobras na rede elétrica para isolar os problemas das ruas onde estão alagadas, então é uma questão de posicionamento dos equipamentos que já estavam instalados antes da catástrofe na rede. É possível uma situação em que, apesar de o cliente não ter água na frente da casa dele, na rua de trás pode ter, então não podemos ligar aquela área para evitar um acidente na rua que está alagada”. Para ele, há “ausência de informação” das pessoas que acreditam ser “simples ligar a energia em frente à (sua) casa”. “Infelizmente, não é assim que funciona. Precisamos preservar vidas de pessoas que ainda estão dentro da água”.

"Tolerância e paciência”

Segundo Barbanera, “à medida em que a enchente for diminuindo em todas as regiões que estiverem em condições de serem ligadas, nós vamos religar”. “Temos tido bastante sucesso em nosso trabalho, que começou no dia 30 de abril, e nossas redes estão suportando muito bem esta tragédia. Tanto que a grande maioria dos nossos clientes estão desligados por segurança, com uma mínima quantidade de defeitos na rede”, relatou, acrescentando que o momento é de “tolerância e paciência”.

Ontem à noite, havia 132 mil clientes da CEEE Grupo Equatorial sem energia em sua área de concessão, dos quais 115 mil estavam desligados por solicitações de prefeituras, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Em Porto Alegre, eles eram 87 mil. Questionado a respeito do pedido da Agergs, órgão regulador dos serviços públicos delegados do RS, junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para suspender a cobrança da conta de luz por 90 dias para clientes afetados pela enchente, o presidente afirmou que “todos estão mobilizados para essa causa do Rio Grande do Sul nesse primeiro momento”. “Garanto que o apoio é pleno de todos os agentes envolvidos e certamente chegaremos a um bom tom com esta questão”, encerrou.

Correio do Povo

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