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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Sem interessados, concessão do Jardim Botânico será remarcada

 Governo gaúcho pretende relançar editar em fevereiro de 2023

Felipe Samuel

Sem nenhuma empresa interessada em participar do leilão de concessão do Jardim Botânico de Porto Alegre, o governo do Estado, por meio da Secretaria Executiva de Parcerias, pretende relançar o edital em meados de fevereiro do próximo ano. A entrega das propostas das empresas estava marcada para esta segunda-feira, mas acabou sem nenhuma interessada. Durante o período de consulta pública, o governo do Estado acolheu seis contribuições. Mesmo assim não houve candidatos. Com isso, o leilão marcado para o dia 22 está cancelado.

A concorrência pública internacional previa investimentos de R$ 27,3 milhões para requalificação, modernização, operação e manutenção da infraestrutura do Jardim Botânico. Na avaliação do secretário executivo de Parcerias do RS, Marcelo Spilki, a transição do governo Federal e o cenário econômico instável contribuíram para a ausência interessados em participar do leilão. “Infelizmente não recebemos nenhuma proposta. O momento é bastante ruim. A gente estava com um pouco de receio em função desse momento que a gente vai atravessando e aconteceu a mesma coisa que ocorreu no Cais Mauá”, destaca.

Ao ressaltar que os investidores estão com receio de realizar uma operação com duração de 30 anos, Spilki afirma que os empresários precisam avaliar questões como fluxo de caixa e remuneração do capital que vai aplicar. “Tínhamos algumas empresas engajadas. Tinha uma que havia sinalizado na semana passada que entregaria proposta, mas hoje realmente não veio. E nos surpreendeu, porque imaginávamos que viria ao menos uma”, ressalta. Mesmo diante desse cenário, ele acredita que o projeto é bom e desperta interesse do mercado.

Conforme Spilki, a ideia agora é esperar o mercado “voltar ao normal” e deixar o governo Federal. “Uma empresa que entra numa concessão dessas tem despesas obrigatórias, investimentos obrigatórios nos primeiros anos, principalmente nos quatro primeiros anos. E ela tem que depois capitalizar, amortizar esses investimento ao longo de 10, 15, 20 anos. E nesse caso são contratos de 30 anos, então quando ela olha o custo desse capital se assusta um pouco. Foi o que aconteceu, algumas empresas acabaram declinando, tivemos insucesso nesse momento”, reconhece.

A modelagem da concessão do parque foi elaborada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com apoio do consórcio Araucárias e do Instituto Semeia, sob coordenação da Secretaria de Parcerias (Separ), Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE). “A gente tem convicção que esse projeto da maneira como ele está hoje tem atratividade ao mercado, ou seja, não precisaria fazer qualquer alteração”, assegura.


Correio do Povo

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