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sábado, 24 de dezembro de 2022

Projeto incentiva criação de abelhas no Pampa do RS

 Com o objetivo de preservar o meio ambiente e incrementar produção, prefeitura de Rio Grande vai distribuir 175 colmeias a agricultores

Camila Pessôa

Capacitação para produtores ocorreu em novembro 

O projeto Polinizando o Pampa, da Secretaria do Meio Ambiente (SMMA) da prefeitura de Rio Grande, zona sul do Rio Grande do Sul, vai destinar, no final de janeiro, 175 caixas com colmeias de abelhas sem ferrão a produtores, escolas e áreas urbanas. Com o objetivo de preservar o meio ambiente ao passo que melhora a produção e renda dos agricultores, o projeto vai fornecer 10 colmeias a cada um dos 15 produtores participantes, distribuir 20 pela cidade e cinco em escolas. Os produtores beneficiados estão localizados na Reserva da Vida Silvestre Banhado do Maçarico, unidade de conservação estadual; na Área de Proteção Ambiental Lagoa Verde, unidade preservação municipal; e na Ilha dos Marinheiros. Estes são pontos considerados estratégicos por importância ambiental e carência de informações. 

A equipe iniciou o trabalho em novembro de 2022, quando os produtores receberam capacitação teórica para a criação de abelhas, e vai ser desenvolvido ao longo de dois anos, com acompanhamento mensal. Isso ocorre porque um dos objetivos da equipe é fazer com que as colmeias cresçam e possam ser multiplicadas. Esse número pode crescer em progressão geométrica, de acordo com a doutora em zoologia e proprietária da empresa contratada para o projeto, Rosana Halinski. “São 170 colmeias que se multiplicam por dois, anualmente. Se os produtores embarcarem mesmo, isso tem o potencial de duplicar além do que já está duplicado, então de 4,5 vezes em dois anos vai para 8 vezes mais colmeias”, explica.

O Polinizando o Pampa veio de um pedido social à Secretaria do Meio Ambiente com relação ao desmatamento, segundo Rosana. Com o acolhimento do pedido, foi aberta uma licitação para executar o projeto, que está baseado não só na capacitação e acompanhamento de produtores, como também na educação ambiental para a população em geral. Assim, o projeto também desenvolve apresentação de colmeias didáticas, com atividades temáticas em escolas. Como o foco do programa é a espécie jataí, sem ferrão, as crianças podem manuseá-la sem problema e assistir em tempo real em que estágio está a colmeia.

Ao todo, foram 43 inscritos no programa, que o procuraram principalmente para complementação de renda com melhora na produtividade e qualidade dos frutos trazidos pelas colmeias, de acordo com Rosana. A primeira capacitação, teórica, deu um norte aos produtores. “Ela serviu para fazer um nivelamento e para que eles entendessem a biologia das abelhas, como multiplicá-las e o que eles podem gerar de renda: geralmente as pessoas associam só ao mel, mas existe também a venda de colmeias, própolis, fabricação das caixas e turismo ecológico”, explica Rosana. “A gente pretende que o projeto tenha resultados tão bons que as prefeituras de outros municípios o abracem”, acrescenta.

A população de abelhas é negativamente afetada por fatores como o aquecimento global, uso de agrotóxicos e desmatamento. De acordo com Rosana, ainda há poucos estudos que contabilizam esses impactos, não só no Rio Grande do Sul, como também no Brasil como um todo. Por isso, uma das tarefas do projeto é compilar estudos e fazer divulgações científicas nas redes sociais. “É um projeto pioneiro de um bioma que está fortemente degradado e esquecido no Brasil”, descreve Rosana.

Junto ao projeto, a Secretaria do Meio Ambiente de Rio Grande também vai incentivar a plantação de árvores nativas, como afirma o secretário do órgão, Pedro Fruet.

Correio do Povo

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