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quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

País tem alto potencial agrícola em 32% do território

 Estudo do IBGE avaliou características de solos e relevos para determinar se áreas são mais favoráveis ou oferecem restrições ao plantio

Patrícia Feiten

IBGE classificou mais de 500 tipos de solos encontrados no Brasil com base em características como textura e erodibilidade agrícola, entre outras. 

Dos mais de 500 tipos de solos existentes no Brasil, quase um terço (32%) tem potencial bom ou muito bom para o desenvolvimento da agricultura. Outros 33% apresentam potencialidade moderada, mas com problemas que podem ser de fácil correção. As áreas com restrições significativas para o uso agrícola correspondem a 21% do território nacional, e os locais com restrições muito fortes somam 11%. Os dados estão no “Mapa de Potencialidade Agrícola Natural das Terras do Brasil”, publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).   

Inédito, o estudo foi feito a partir do mapeamento de solos do IBGE, levando em consideração os recursos naturais, o solo e o relevo. O analista da pesquisa, Daniel Pontoni, destaca a importância do levantamento citando a posição do Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo. “(O objetivo foi) tentar entender melhor o potencial agrícola do solo do Brasil e suas limitações, fazendo uma análise não indicativa de uso, mas interpretativa do solo e do relevo", diz Pontoni.

No mapeamento, a grande variedade de tipos de solos do Brasil foi classificada com base em características como textura, pedregosidade, rochosidade e erodibilidade, o que resultou em cinco classes de potencial para o cultivo de produtos agrícolas. De acordo com o estudo, 30% do território nacional oferece bom potencial e em 2% a potencialidade é considerada muito boa. "Significa que, sob o ponto de vista do recurso natural, como caraterísticas e tipos de solo associado ao relevo, essas áreas favorecem a agricultura, resultado que demonstra o elevado potencial para a agricultura do país”, explica Pontoni.

Os locais com potencial moderado, segundo o estudo, têm relevos ligeiramente acidentados e exigem adequações para a agricultura, enquanto as áreas com restrições significativas envolvem terrenos mais irregulares, com problemas relacionados a fertilidade e profundidade. “Estas precisam de ações relativamente mais complexas de manejo agrícola e teriam uma agricultura especializada adaptada a esses tipos de ambiente”, afirma Pontoni. Já as regiões com restrições consideradas muito fortes apresentam declives ainda mais acentuados, além de sais indesejáveis e/ou restrições importantes quanto à profundidade, podendo ser indicadas como áreas de áreas de preservação ou conservação. “São locais onde o plantio pode levar à degradação”, destaca Pontoni.

O analista do IBGE observa que o mapa não se aplica a estudos locais de uso agrícola que exigem maior detalhamento no levantamento de solos. “As áreas que possuem algum enquadramento ou atribuição legal devem ser respeitadas de acordo com as leis estabelecidas”, explica. O estudo do IBGE foi divulgado na segunda-feira (5), data de comemoração do Dia Mundial do Solo, implementado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A publicação completa está disponível no site do instituto, no link https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101980.pdf . 

Correio do Povo

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