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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Copa do Mundo: Argentina tricampeã extravasa sua paixão desmedida pelo futebol

 Todos os cantos do país vestiram a albiceleste e o número 10 de Lionel Messi

Com a alma transbordando entre aplausos e gritos, os argentinos viveram um turbilhão de emoções na final da Copa do Mundo conquistada diante da França neste domingo. Mas, enfim, chegou a vitória mais desejada deste país apaixonado pelo futebol e carente de felicidade.

Reunidos em famílias e em grupos de amigos, em casa, em bares ou em parques onde foram instalados telões, e seguindo seus rígidos rituais supersticiosos, os argentinos entoaram um só grito diante do gol de pênalti cobrado por sua estrela, Lionel Messi, aos 23 minutos do primeiro tempo.

Não demorou muito para que o segundo chegasse para dar ainda mais fôlego aos hermanos. Ángel Di María, que há alguns dias estava com desconfortos físicos, ampliou aos 36 e instaurou um clima apoteótico no estádio Lusail. Veio o drama com empate, desempate, prorrogação e penais, mas Messi e seus colegas triunfaram.

A Albiceleste ganhou sua primeira Copa do Mundo em 1978, em casa, e a segunda, no México, em 1986. Depois seguiu em um período de jejum em que bateu na trave em 1990 e 2014, quando chegou à final e foi derrotada pela Alemanha.

Mas os argentinos sentiam que uma nova glória estava se aproximando e, neste contexto, foram embalados pela música "Muchachos", da banda La Mosca, que diz "voltamos a nos empolgar", que virou o hino da competição. "Não gosto de futebol, mas não podia deixar de vir aqui, sentar e assistir ao jogo. Não podia. O time, o povo e o país merecem a vitória. Não há uma pessoa no mundo que não se identifique com o futebol argentino, com Messi e (Diego) Maradona, jogadores que fizeram história. Nós que nascemos depois de 1986 desejamos isso com nossas almas", disse Joel Ciarallo.

O Obelisco, cartão-postal de Buenos Aires, localizado na Avenida 9 de Julio e ponto de comemoração do futebol, foi tomado por torcedores antes mesmo do jogo começar. O trânsito no centro da capital foi fechado, com o serviço de metrô limitado. As ruas pareciam completamente desertas durante a transmissão do jogo.

No bairro de Villa Devoto, um grupo de torcedores assistia à partida na casa que pertenceu à Maradona, aberta aos vizinhos pelo seu novo proprietário, Ariel García, um advogado de 47 anos. "Maradona lembra a todos os argentinos da nossa infância com a família. Maradona foi quem mais nos deu alegrias", disse García, evocando o ídolo que os argentinos chamam de "D10s".

Buenos Aires, outras cidades argentinas e até os bairros mais remotos exibiam as cores do azul claro e branco nas camisas com o número de Messi, nos enfeites das fachadas de casas e lojas, nos rostos maquiados, nas unhas pintadas e em algumas calçadas no centro da capital. Até mesmo turistas de passagem pela cidade se contagiavam com essa paixão sincera. "Todos queremos que Messi ganhe a Copa. Eu o acho o melhor jogador de todos os tempos e merece ganhá-la", disse Greg Layhe, um inglês que poderia ter sido o maior rival dos argentinos em outro momento.


AFP e Correio do Povo

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