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terça-feira, 20 de dezembro de 2022

"Câmara vai seguir trabalhando pela estabilidade", diz Lira após STF barrar orçamento secreto

 STF entendeu que mecanismo é inconstitucional e proibiu que parlamentares indiquem aplicação de recursos

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta segunda-feira (19) que "a Câmara continuará a trabalhar pela estabilidade do país". Ele fez o comentário depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar inconstitucional as emendas de relator — que compõem o chamado orçamento secreto.

As emendas de relator passaram a compor o Orçamento Federal em 2020, quando foi permitido ao parlamentar, escolhido pelo Congresso Nacional, elaborar o parecer da Lei Orçamentária Anual (LOA) indicar a aplicação de uma parte dos recursos públicos.

Todos os deputados e senadores podiam sugerir ao relator qual deve ser a destinação dessas emendas. Contudo, não existia uma regra específica para a aplicação dos recursos. Dessa forma, não havia uma distribuição igualitária das verbas e, na maioria das vezes, não era possível saber o nome do parlamentar que registrou o pedido, tampouco o destino do dinheiro.

A falta de transparência e publicidade foi um dos principais motivos para que o STF decidisse derrubar o orçamento secreto. Com a determinação do Supremo, os recursos reservados para as emendas de relator passam a ser usados apenas para correções no Orçamento.

Na semana passada, o Congresso até tinha aprovado um novo formato para as emendas de relator, no qual 80% dos recursos seriam repassados de acordo com o tamanho das bancadas partidárias, sendo 2/3 para a Câmara e 1/3 para o Senado.

Do restante, 7,5% ficariam com a mesa diretora do Senado, 7,5% com a mesa diretora da Câmara e 5% seriam compartilhados entre o presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso e o relator do Orçamento Federal. Além disso, o novo modelo para o orçamento secreto previa a destinação obrigatória de, no mínimo, 50% dos recursos para ações e serviços públicos de saúde ou de assistência social.

 A alteração não foi suficiente para evitar a derrubada pelo STF. "Ainda que reconheça avanços alcançados com a resolução 3 de 2022, sobretudo por atender a algumas preocupações ventiladas pelos meus pares no curso deste julgamento quanto a maior transparência, proporcionalidade e generalidade das emendas de relator, entendo que os vícios apontados nas ações sob julgamento continuam persistindo, pois a sistemática ainda vigente para distribuição de verbas afronta normas constitucionais que regem a matéria", disse o ministro Ricardo Lewandowski nesta segunda. Com o voto dele, o STF formou maioria para barrar o orçamento secreto.


R7 e Correio do Povo

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