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segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Salão Internacional da Alimentação começa com o desafio de alimentar 10 bilhões de pessoas

 Digitalização, Meio Ambiente e Saúde são algumas bandeiras do evento iniciado nesse sábado

Guilherme Baumhardt

Salão Internacional da Alimentação começa com o desafio de alimentar 10 bilhões de pessoas 

O Salão Internacional da Alimentação (SIAL), que iniciou nesse sábado, em Paris, traz algumas bandeiras na edição 2022. Entre elas estão a digitalização, cada vez mais presente; a implantação de políticas de meio ambiente, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês); e de saúde (alimentos mais seguros e nutritivos). Mas há um desafio ainda maior: aumentar a produção e garantir comida para uma população que cresce. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), seremos 10 bilhões de habitantes no Planeta Terra, em 2050.

Dentro da tônica de protecionismo que tomou conta especialmente da Europa, nos últimos anos, o ministro da Agricultura da França, Marc Fesnau, deu o tom. “Queremos competição justa, abrir novos mercados. Mas para garantir quantidade não devemos abrir mão da qualidade. Elas devem caminhar juntas”, afirmou durante discurso na abertura do evento. Vale lembrar que a França é uma das nações que mais adota políticas protecionistas, uma estratégia adotada para barrar a entrada de produtos de qualidade e mais baratos vindos de fora, além de servir de justificativa para os elevados subsídios aos produtores internos.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga, defendeu o setor brasileiro. “A indústria brasileira é muito responsável e é, também, das menos poluentes do mundo. Eu acredito que nossas empresas estão muito bem preparadas para atender as expectativas dos clientes que aqui estão, que não são apenas europeus, mas de várias outras regiões”, afirmou durante evento no dia que antecedeu a abertura dos portões da SIAL 2022.

“As exigências externas funcionam quando tudo na economia está bem. Quando a economia tem um problema vale outra regra: vence quem tem para fornecer”, alertou o presidente da FIERGS, Gilberto Petry, ao lembrar o que acontece agora na Europa, que vive uma crise energética depois de impor sanções econômicas à Rússia, após o início da guerra contra a Ucrânia. Como resposta, os russos reduziram o fornecimento de gás aos europeus, que aumentaram o uso de carvão e a geração nas plantas nucleares. “Com alimento é a mesma coisa. Se der para fazer tudo como se exige, tudo bem. Mas se não houver, na hora em que a população precisar de comida, ela vai consumir o que estiver disponível. E o Brasil tem qualidade e quantidade”, completou o presidente da FIERGS.

Nos corredores, o salão respira otimismo. É a primeira vez que o evento acontece de maneira plena, após a pandemia. “Durante os últimos dois anos as pessoas foram empurradas para dentro das cozinhas das suas casas, porque não podiam sair. Cozinhar é um prazer, mas é também uma questão de saúde. Precisamos caminhar cada vez mais para evitar os chamados alimentos ultraprocessados (que geralmente possuem altos níveis de açúcar, gorduras ou sal) e oferecer mais qualidade e saúde para as pessoas. Esta transformação já vinha ocorrendo, mas a crise e a pandemia aceleram a transição neste sentido”, disse o gerente-geral da SIAL, Nicolas Trentesaux.

A feira é o maior evento na área de alimentação e bebidas do mundo e acontece desde 1964. Na edição deste ano, que ocorre até quarta-feira, estão presentes mais de 7000 expositores, de 119 países, reunidos em um centro de eventos, ao norte de Paris.

Brasileiros na SIAL

O salão deste ano reúne o maior grupo de brasileiros desde que a o país passou a contar com comitivas oficiais. São mais de 220 empresas, de 15 Estados – principalmente empresários (a maior parte do setor industrial), mas há também integrantes do setor de serviços (restaurantes, catering, consultorias). Além dos negócios (estimados em 200 milhões de reais), o objetivo principal é iniciar a internacionalização de empresas, incluindo pequenas e médias.

A presença verde e amarela no salão é liderada pela CNI, SEBRAE, APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) e ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). A FIERGS, pela expertise acumulada nos últimos anos, tem papel fundamental na viabilização do evento e liderança do grupo. No evento de preparação do grupo brasileiro, o presidente da CNI brincou: “Quem deveria estar aqui falando a vocês não era eu, mas o presidente Gilberto Petry, por tudo que ele e a FIERGS fizeram”.

Correio do Povo

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