"Não podemos mais nos considerar aliados", diz nota divulgada pelos tucanos
Taline Oppitz
A manifestação do diretório do MDB de Porto Alegre, de apoio a Jair Bolsonaro (PL), na corrida presidencial, e a Onyx Lorenzoni (PL), na disputa pelo Palácio Piratini, na última sexta-feira, provavelmente não levará a um reforço de votos significativo para os dois candidatos, já que uma ala de emedebistas já estava em campanha, por ambos, desde o primeiro turno das eleições.
O movimento, no entanto, gerou reação do PSDB na Capital. O partido se reuniu no sábado pela manhã e definiu que vai rever sua relação com o governo Sebastião Melo (MDB). Segundo nota divulgada pelos tucanos, que conta com quatro vereadores e é a maior bancada aliada de Melo na Casa, a postura do MDB foi recebida com surpresa. “Ajudamos a aprovar importantes e difíceis matérias na Câmara Municipal de Porto Alegre. Porém, não podemos mais nos considerar aliados quando o próprio MDB municipal e o prefeito decidem estranhamente nos considerar seus ‘adversários’ neste segundo turno estadual”, diz trecho do texto.
A nota sustenta ainda que diversas lideranças emedebistas na Capital não concordam com essa posição e permanecem alinhadas com a decisão estadual de seu partido, mas que, cabe ao PSDB, neste momento, por decisão unânime, dentro da relação de forças municipais, declarar a condição de adversários eleitorais, potencializando a independência partidária. O PSDB reforçou ainda o foco total na campanha de Eduardo Leite (PSDB) e do candidato a vice, Gabriel Souza (MDB), ao governo gaúcho.
A forte polarização da corrida presidencial, cujo tensionamento está sendo ampliado nestes últimos dias que antecedem o segundo turno de votação, em 30 de outubro, tem tido desdobramentos nos estados onde as disputas seguem, e o Rio Grande do Sul não passou ileso. As relações certamente serão reavaliadas após as eleições, independentemente dos resultados das urnas.
Correio do Povo
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