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segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Navio Cisne Branco serve como esplanada brasileira sobre o mar

 Embarcação esteve em setembro em Rio Grande e Porto Alegre

Navio Cisne Branco serve como esplanada brasileira sobre o mar 

Esplanada brasileira sobre o mar. O Navio Cisne Branco da Marinha brasileira há mais de 20 anos é um recinto para reuniões diplomáticas em nome do Brasil. Uma embaixada flutuante. Assim que é conhecido o Navio Veleiro Cisne Branco, da Marinha do Brasil. A denominação faz menção às funções diplomáticas e de relações públicas exercidas em nome do País, quando chega nos portos do território brasileiro e do mundo. Além disso, tem o objetivo de representar o Brasil em eventos náuticos nacionais e internacionais, divulgar a filosofia marítima e preservar as tradições navais. O navio esteve aberto ao público no dia 21 de setembro no Porto de Rio Grande, quando recebeu de 5 mil a 10 mil pessoas. 

No dia 24, atracou no Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, e recebeu em torno de 20 mil pessoas. Em Porto Alegre, fez parte das atividades do Congresso Jurídico de Direito Militar.  Com 76 metros de comprimento, 10 metros de largura e 4,80 metros de calado, tem capacidade para acomodar uma tripulação de até 81 marinheiros, mas, no momento, tem 70 a bordo. Foi construído pelo estaleiro Damen Oranjewerf, em Amsterdã, Holanda.  A cerimônia de construção oficial ocorreu no dia 9 de novembro de 1998 e foi batizado e lançado ao mar em 4 de agosto de 1999. Foi entregue em 4 de fevereiro de 2000. Por ocasião da largada da Regata Internacional Comemorativa aos 500 Anos do Descobrimento do Brasil, percorreu a “Rota do Descobrimento”, de Portugal ao Brasil. Foi submetido à Mostra de Armamento e incorporado à Armada em 9 de março de 2000.    

Desde fevereiro deste ano, ele participa do evento Velas Latinoamerica 2022, que acontece de quatro em quatro anos,  e reuniu navios de sete países das Américas (Brasil, Argentina, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai e México). O Brasil é o país anfitrião desta edição e tem como representante o Navio-Veleiro (NVe) “Cisne Branco”. A tripulação passou por dez países da América do Sul até chegar no Chile. 

Foto: Fabiano do Amaral 

Um “prédio de quatro andares” 

Tão grande quanto às dimensões é a elegância  é o requinte da parte interna. Ao adentrar no Cisne Branco, impressiona a limpeza dos espaços e seus detalhes e a beleza impressa em todo o ambiente,  desde o chão onde se pisa até o candelabro que ilumina. Lembra um hotel de luxo. A embarcação pode ser comparada a um prédio de quatro andares ligados por escadarias com 32 câmeras de segurança instaladas. No primeiro andar, funciona a lavanderia praça de máquinas. No segundo, estão os quatro camarotes, compostos por quarto, sala e banheiro. 

Os espaços são destinados às chefias: comandante,  imediato,  chefe de departamento do Convés e  chefe da Praça de Máquinas. No terceiro, está a Praça de Armas, uma sala sofisticada onde acontecem as refeições e também as reuniões com os representantes internacionais. O capitão de corveta e chefe do departamento de convés, Bruno Souza, explica que é onde ocorrem as refeições e também encontros de interesse nacional.“ Como é uma embaixada flutuante, muitas reuniões a portas fechadas ocorrem com o objetivo de estreitar laços com os demais países”, conta. Neste mesmo local, estão expostos troféus e condecorações. Instrumentos musicais usados pela banda da marinha também ficam guardados neste local. A decoração enche os olhos. Tudo remete ao passado histórico, com um ar de antiguidade.

Subindo uma pequena escada, chega-se ao Passadiço, área externa do navio. Na “subida desse prédio”, começamos pela Praça das Máquinas, no primeiro andar. Lá está o gerador do navio, com capacidade máxima  para 45 mil litros de óleo diesel  e potência de 170 quilowatts, consumindo 400 litros por dia e dura no máximo 15 dias de deslocamento.  

Já se a navegação for  apenas com as 25 velas dispostas pela área no Cisne Branco, é possível viajar por 30 dias.   No segundo andar, estão parte dos dormitórios coletivos e  os camarotes, que tem um modelo padrão e é ocupado pelas chefias. O cômodo do comandante é um  ambiente pequeno e confortável, com equipamentos específicos para o trabalho, computador, livros, uma pequena televisão,uma cama de solteiro, uma televisão e banheiro privativo. Duplas de oficiais compartilham o dormitório, as oficiais mulheres também, com duas vagas, e os praças dormem no quarto coletivo. A cozinha também fica neste ponto. Em cada porto que a embarcação atraca, há a reposição do estoque de alimentos.   

O capitão explicou, por exemplo, que os candelabros são do mesmo modelo do século XIX, com a diferença de que a iluminação que era com velas foi substituída e hoje funciona com lâmpadas. Subindo mais um lance de escada, o quarto andar fica o passadiço, área externa. O destaque fica para a sala de operações e a grandiosidade de toda estrutura. Na sala de operações, estão os radares, o equipamento que garante o acesso à internet via satélite, monitores,cartas náuticas, e o sextante, um é um instrumento usado para medir a distância angular na vertical entre um astro e a linha do horizonte para fins de cálculo da posição e para corrigir os eventuais erros da navegação estimada.Na parede externa no centro de operações, há uma mesa menor de operação, que apoia o processo.    

Na parte externa, Souza explica que têm  que o timão é usado para manobrar o navio. “Seria o volante do navio”, exemplifica. Têm dois, que estão localizados em lados opostos. Os peloros  bombordo, que é o bordo à esquerda, e boreste, que é o bordo à direita do rumo da embarcação, juntamente como dos timões e os mecanismos da sala de operação acionados em conjunto a navegação. O passadiço é um espaço muito bonito.Tudo é novo e muito lustrado. A impressão é que se está em cenários de filmes. A estrutura é composta de quatro mastros, que começam na base do navio, no primeiro andar. O maior mastro é o Grande,com 46 metros de altura. O Gata e Traquete tem 38 metros de altura e o Gurupés tem 20 metros.  

O navio tem muitas bandeiras que contornam as as estruturas que auxiliam na sustentação das velas e do navio. Essas bandeiras representam  o alfanumérico composto de 26 letras e dez números. Em caso de algum problema, o Cisne Branco tem quatro balsas com ração e sinalizadores. Cada uma comporta 25 pessoas. Ainda há boias que podem ser utilizadas para aproximar embarcações que se aproxime, para treinamento ou para resgate de pessoas.    

Dois anos no navio   

Os marinheiros servem por um período de dois anos no navio. Quando não estão em alto mar,o navio fica no Rio de Janeiro, onde os marinheiros trabalham no navio na parte administrativa, planejamento  e logística operacional. "O Cisne Branco é o nosso local de trabalho, vamos e voltamos para casa todo dia”, explica.   O custo anual do navio não foi informado.O Cisne Branco partiu de Porto Alegre e seguiu para o Porto de Paranaguá, no Paraná.

Correio do Povo

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