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quarta-feira, 20 de julho de 2022

Caminhoneiros continuam retidos na fronteira entre Chile e Argentina por conta da neve

 Gaúchos se refugiaram em Los Andes, no Chile, e Uspallata, na Argentina



Cinco dias após a nevasca que atingiu a Cordilheira dos Andes, o cenário ainda é caótico na fronteira entre Chile e Argentina. Por conta da neve, muitos caminhoneiros abandonaram os veículos na região. Os relatos de gaúchos que se refugiaram em Los Andes, no Chile, e Uspallata, na Argentina - na estrada que cruza os Andes entre Mendoza e Santiago - revelam a falta de perspectiva para voltar para casa.

Mesmo com o resgate de alguns caminhões, o frio intenso e as dificuldades climáticas na Cordilheira dos Andes transformam a retirada dos veículos em um desafio ainda maior para as autoridades. O gaúcho Jonas Gozzi Radeucke, natural de Soledade, que está em Uspallata, diz que cerca de 300 caminhões seguem presos na neve. “Tem muito caminhão abandonado na neve. E já não conseguem achar onde estão os caminhoneiro, pois alguns voltaram pra casa”, explica. 

Há quase duas semanas viajando, Radeucke afirma que a previsão é de melhora no tempo durante a semana. Segundo ele, parte da neve que ocupava a pista do túnel do Cristo Redentor - que liga Argentina e Chile - já foi retirada, desbloqueando a rodovia. “Alguns conseguiram chegar Los Libertadores e outros retornaram. E para frente, pelas informações que chegam para nós, tem cerca de 300 caminhões na neve”, relata. 

Em Los Andes, Radeucke diz que não cai neve há dois dias, mas na Cordilheira o cenário é diferente, com neve durante a noite, o que dificulta o resgate de caminhões. “Tem caminhão desengatado, quebrado, batido, fora da pista, atravessado, carro e van. E tem os turistas também que chegam aqui e querem ir ver neve. Tudo é complicado”, destaca. O gaúcho Jair Antunes, 44, natural de Santo Ângelo, se viu obrigado a abandonar o caminhão no meio da Cordilheira dos Andes e retornar para Los Andes, no Chile.

Abrigados no Parqueadero Los Libertadores, Antunes partiu de Indaiatuba (SP) para levar uma carga de tratores até Santiago, no Chile, onde chegou no dia 7. Após deixar a encomenda, viu a viagem de retorno ser interrompida em função da neve. Na segunda-feira, ele e o amigo argentino Silveira Alejandro Matías conseguiram resgatar os dois caminhões. 

“Fomos subir a Cordilheira dos Andes e nevou. Não foi avisado que ia nevar. Tivemos que abandonar o caminhão no meio do caminho. O tempo está bom pra ir embora, mas tem caminhões abandonados por motoristas que foram embora. Os turistas que vêm da Argentina podem descer, mas nós não podemos”, critica. O caminhoneiro Luiz Evandro Corrêa Antunes, 35, também conseguiu se abrigar em Los Andes, cerca de 50 quilômetros de onde ocorreu a nevasca. 

Na segunda-feira, ele tentou ajudar a retirar o caminhão de outros colegas, mas foi impedido de acessar a Cordilheira pela polícia. “Na segunda-feira, quando passei por lá, devia ter uns 350 caminhões. Não mudou muito situação lá em cima”, afirma. Ele destaca que o governo chileno não vai permitir acesso à região enquanto os caminhões cm problemas mecânicos não forem retirados. Enquanto isso, aguarda a melhora do tempo para retornar a Passo Fundo. 

Natural de Passo Fundo, Roges Zambonel, 28, conseguiu sair do Chile e se abrigar em um em um hotel em Mendonza, na Argentina. “Fiquei empenhado na Cordilheira dos Andes. O tempo estava seco e 'do nada' começou a nevar fraco. Quando vi já estava lá em cima no meio de uma nevasca muito forte, parecia ser muita pena branca caindo do céu de tanta neve tampando todas as estradas”, lembra. Na segunda-feira, consegui resgatar o caminhão.

Correio do Povo

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