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segunda-feira, 18 de julho de 2022

Bolsonaro diz que 40 embaixadores estão confirmados em reunião onde falará sobre urnas eletrônicas

 


O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que cerca de quarenta embaixadores estrangeiros já confirmaram presença na reunião convocada por ele para tratar das urnas eletrônicas. Ele, porém, não mencionou quais seriam estes embaixadores. O encontro está agendado para segunda (18), às 16h no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, e servirá para que Bolsonaro repita a tese nunca comprovada de que houve fraude nas eleições de 2014 e 2018.

“Eu abri o convite para todo mundo. A ideia minha inicial era convidar uns 50 (embaixadores). (Mas) Por que vai excluir? Qual o critério para excluir? Tem que ter critério. E aí (vem) quem quer. É convite também”, disse Jair Bolsonaro.

Algumas das principais representações estrangeiras, como Estados Unidos, Reino Unido e Japão ainda não confirmaram presença. Outras embaixadas confirmaram que enviarão representantes, como a da França e a da União Europeia. Há dúvidas na comunidade diplomática sobre quais foram os critérios usados pelo Palácio do Planalto para escolher quais representações estrangeiras seriam chamadas. A representação do Reino Unido em Brasília não havia sido convidada até o sábado (16), por exemplo, assim como alguns outros países europeus, a exemplo da Suécia e de Singapura.

Além dos representantes estrangeiros, os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral não irão ao encontro organizado por Bolsonaro. No encontro, o presidente da República apresentará aos estrangeiros a tese nunca comprovada de fraude nas urnas eletrônicas. Em ofício enviado ao Palácio do Planalto, o presidente do TSE, o ministro Edson Fachin, disse que o “dever de imparcialidade” o impede de ir à reunião. Já o presidente do STF, Luiz Fux, estará fora de Brasília e só retorna à capital na terça (19).

Resposta a Fachin

O presidente da República deu a entender que a reunião com embaixadores é uma “resposta” ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Edson Fachin. Recentemente, a Corte Eleitoral fez uma reunião com os representantes das embaixadas para mostrar como funcionam as urnas eletrônicas brasileiras. “Deixar bem claro uma coisa que o Fachin não levou em conta. Quem trata da política externa é o presidente da República, de acordo com a Constituição”, disse.

Bolsonaro também afirmou que sua exposição será “técnica”. O presidente pretende requentar informações de um inquérito sigiloso da Polícia Federal sobre as eleições de 2018, que, no entanto, não mostrou a ocorrência de fraudes na totalização dos votos.

“Não vou supor nada. O foco é na transparência eleitoral. Fazer com que uma vez acabando as eleições ninguém duvide da mesma, e o perdedor imediatamente ligue para o ganhador. Essa que é a ideia. Temos mecanismos para praticamente zerar a possibilidade de qualquer interferência, diferentemente do que é dito no inquérito da PF em 2018 por documentos fornecidos pelo TSE”, disse o presidente.

Críticas a Moraes

Na conversa com jornalistas, Bolsonaro voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ao comentar a ordem do magistrado para que ele se manifestasse em ação que o acusa de discurso de ódio e incitação à violência, o presidente disse que o magistrado “quer provocar, não quer diálogo”.

“Parece que o espírito de Fidel Castro encarnou em alguém aqui no Brasil. Um magistrado não pode vir com ameaça, tem que agir conforme os autos. Ele quer intimidar quem? O que está buscando? A paz, a tranquilidade, a harmonia entre os Poderes?”, declarou.

O Sul

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