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domingo, 3 de abril de 2022

Vacinas usadas no Brasil aumentam proteção contra a reinfecção do coronavírus

 


Um novo estudo do projeto VigiVac da Fiocruz, publicado na revista Lancet Infectious Diseases, demonstra que as vacinas ofertadas pela Programa Nacional de Imunizações (PNI) contra a covid são eficazes para proteger os brasileiros nos casos de reinfecção. A pesquisa mostra um aumento da proteção para evitar infecção e, principalmente, hospitalização e óbito de pessoas que já tinham sido infectadas antes de se vacinarem.

A pesquisa mostra que, entre aqueles que tinham histórico de Covid-19 antes de receberem algum imunizante, a eficácia da vacina foi de 57,7% para a Janssen, 81,3% para a CoronaVac, 89,7% para a Pfizer e 89,9% para a AstraZeneca. A proteção é referente à hospitalização ou morte após 14 ou mais dias da conclusão da série vacinal.

Os dados reforçam que todas as quatro vacinas conferem proteção adicional contra desfechos graves de covid-19. Além disso, o fornecimento de uma série completa de vacinas para indivíduos após a recuperação de covid pode reduzir a morbidade e a mortalidade.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram a metodologia de estudo de teste negativo (TND) com caso-controle. Baseando-se nos dados nacionais de notificação, hospitalização e vacinação de coronavírus, no período de fevereiro de 2020 a 11 de novembro de 2021, os pesquisadores identificaram 213.457 pessoas que apresentaram doença sintomática e realizaram teste de RT-PCR pelo menos 90 dias após a infecção inicial por Sars-CoV-2 e após o início do programa de vacinação. Entre eles, 14,5% (30.910 pessoas) tiveram a reinfecção confirmada.

Os pesquisadores então compararam casos sintomáticos de RT-PCR positivo com até dez integrantes do grupo controle que apresentaram sintomas e testes RT-PCR negativos, restringindo ambos os grupos a testes feitos pelo menos 90 dias após uma infecção inicial. A partir de regressão logística condicional multivariável, eles avaliaram as chances de positividade do teste e as chances de hospitalização ou morte por covid-19 de acordo com o status vacinal e o tempo desde a primeira ou segunda dose das vacinas.

Ineficácia da cloroquina

A hidroxicloroquina não é eficaz na prevenção de hospitalização de pacientes com covid. Essa foi a conclusão do estudo — o maior a nível ambulatorial produzido no mundo até o momento — feito pelo grupo Coalizão Covid-19 Brasil. O trabalho foi publicado no periódico científico The Lancet Regional Health – Americas esta semana.

O grupo Coalizão Covid-19 Brasil valia a eficácia e a segurança de potenciais terapias para pacientes com infecções causadas pelo coronavírus. Da iniciativa participam oito instituições de saúde, dentre as quais estão o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, o Hospital Israelita Albert Einstein e o Hospital Sírio-Libanês. Este é o quinto estudo publicado pela rede de pesquisas.

Intitulado Coalizão V, o estudo começou em 12 de maio de 2020 e terminou em 7 de julho de 2021, com a participação de 56 centros de pesquisa brasileiros. No trabalho, os pesquisadores compararam o uso de hidroxicloroquina e de placebo em pacientes não hospitalizados com quadros leves ou moderados de covid. Para participar do estudo, os voluntários deveriam estar com até sete dias de sintomas, apresentar alguma comordidade que aumentasse o risco de covid grave, mas não poderiam ter arritmias cardíacas ou condições ou históricos de saúde que apontassem um risco aumentado para a condição. Por conta disso, todos foram submetidos a um eletrocardiograma antes de serem inseridos na pesquisa.

O estudo foi randomizado (ocorreu um sorteio para denominar quem receberia hidroxicloroquina e quem tomaria placebo) e duplo cego (nem os médicos nem os pacientes sabiam qual remédio estavam ingerindo.

Os pacientes tomaram a medicação por uma semana. A dose de hidroxicloroquina avaliada foi de 400 mg, a cada 12 horas, no primeiro dia, seguido de 400 mg/dia durante os seis dias restantes. Após este período, os pacientes foram acompanhados por 30 dias para que os médicos avaliassem a taxa de hospitalização em decorrência do agravamento da covid-19.

Após analisarem os dados dos 1.372 pacientes adultos incluídos no estudo, os pesquisadores concluíram que não houve diferença significativa na ocorrência de hospitalização: 6,4% dos pacientes que tomaram hidroxicloroquina foram internados, enquanto que 8,3% dos que tomaram placebo também precisaram de internação hospitalar.

O Sul

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