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quinta-feira, 7 de abril de 2022

Tá na Mesa discute mudança no modelo de concessões de rodovias gaúchas

 Deputados estaduais e representantes do empresariado estiveram presentes e abordaram a importância do tema


O atual modelo de concessões de rodovias estaduais no Rio Grande do Sul por 30 anos, e, especialmente, uma necessidade de revisão das mesmas, foram os temas principais da reunião-almoço Tá na Mesa, realizado nesta terça-feira pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), no Palácio do Comércio. Deputados estaduais e representantes do empresariado estiveram presentes e abordaram a importância do tema, fundamental, na visão dos convidados, para o desenvolvimento do Estado.

Há um consenso entre os representantes dos três blocos a serem concedidos à iniciativa privada, nas regiões Metropolitana, Serra e Vale do Taquari, de que o governo do Estado não vem fazendo sua parte no sentido de consultar as comunidades sobre as vantagens e eventuais perdas com o novo modelo. A discussão se dá no sentido de que é preciso mais diálogo. “Existem pontos em que o governo não deixou claro, como, por exemplo, as expectativas de PIB e crescimento da população que estão superestimadas, e que vão gerar gatilhos de aumento de tarifa nos pedágios”, salientou o diretor regional da Federasul na região Metropolitana, Darcy Zottis.

Uma das questões centrais, de acordo com ele, é o projeto para o futuro pedágio na ERS-118, o qual as entidades são contrárias, inclusive com a adesão do movimento RS-118 Sem Pedágio. “Ela é uma via metropolitana de fluxo diário e liga seis municípios. É inconcebível a colocação de uma praça de pedágio. O pedido do nosso movimento é que a 118 seja excluída do Bloco 1, e já encaminhamos inclusive uma ação ao governo. No mais, não temos nenhuma discordância com relação à proposta do governo, que é bem-vinda”, disse ele. Conforme o movimento, haverá “grave impacto social e econômico, com aumento do desemprego”.

Os deputados Tiago Simon (MDB), Fábio Ostermann e Giuseppe Riesgo (ambos do Novo) estiveram no evento, sendo que Tiago e Fábio discursaram. “Queremos as concessões, elas são importantes, o capital privado é fundamental para justamente poder investir na infraestrutura gaúcha. Sabemos também que o governo não tem a capacidade de investimento necessário. No entanto, se você colocar um sistema com tarifas muito elevadas, em alguns casos com tarifas a quase dez reais, fere o princípio da modicidade tarifária”, disse Tiago. Conforme ele, a contrariedade é compartilhada por Câmaras Municipais, Granpal, Câmaras de Indústria e Comércio e “todo o setor produtivo”.

Ivandro Carlos Rosa, presidente da Câmara da Indústria, Comércio e Serviços (CIC) Vale do Taquari, trouxe em sua apresentação a necessidade de sustar o projeto atual e licitar uma nova empresa para elaborar o projeto. A região em questão está incluída no Bloco 2. Propôs, ainda, entre outros, a cobrança eletrônica nos pedágios no sistema free flow, ou seja, pagamento pelo trecho efetivamente utilizado, e no qual as praças atuais seriam “arcos de cobrança”. Já há, segundo ele, projeto-piloto funcionando desta forma em São Paulo. 

O caso da Serra e Vale do Caí, o Bloco 3, é similar. No entanto, o edital para concessão deste trecho de 271,5 km de rodovias estaduais já está publicado, e o prazo para entregas de propostas se encerra nesta terça. O vencedor do leilão será conhecido na B3, em São Paulo, no próximo dia 13. A representação da Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICS Serra) e a Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Rio Grande do Sul (FETRANSUL), em conjunto, avaliam que o projeto, em sua gênese, tem “aspectos imponderáveis”. Por isso, as propostas das entidades apresentadas no Tá na Mesa incluem a retirada da conta de aporte, que pode diminuir a tarifa em cerca de 40%, e implantação compulsória do free flow nas rodovias de maior tráfego de veículos diário (VDM) – mais 15% de redução potencial.


Correio do Povo

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