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quinta-feira, 14 de abril de 2022

Ranolfo descarta aumento no índice de reajuste a servidores públicos

 No comando do Piratini há duas semanas, ele defende que o PSDB tenha candidatura e diz que as conversas com outras siglas seguem


O governador do Rio Grande do Sul, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), disse nesta terça-feira, durante visita ao Correio do Povo, considerar legítima a mobilização de servidores para elevar o índice de reajuste salarial. Porém, diz que não tem como ampliar o percentual sem infringir a legislação eleitoral e de responsabilidade fiscal. “O que os servidores pedem é justo, é legítimo. Eu sou do setor público, eu queria que esse reajuste fosse superior ao índice que foi apresentado por nós. No entanto, eu não sou governador dos servidores públicos, eu sou o governador do Estado", pontuou.

"Eu não posso sequer cogitar a possibilidade de dar um aumento superior e daqui há 30, 60, 90 dias voltar a pagar de maneira atrasada os servidores", ressaltou, ao defender a proposta de 6% de reajuste geral. O projeto está em tramitação na Assembleia Legislativa e passa a trancar a pauta no dia 3 de maio. 

Futuro político

Ranolfo também defendeu que o PSDB tenha candidura própria, justificando a relevância do partido, como o fato de a sigla ter três das maiores cidades do Estado e ampliou a bancada durante a janela partidária na Assembleia, além de comandar o Palácio Piratini. 

Ex-titular da Secretaria Estadual de Segurança Pública, também anunciou que na próxima semana serão confirmados mais de R$ 130 milhões para investimentos na área por meio do Avançar. Ele também falou sobre as ações para conter confrontos de facções em Porto Alegre, enfatizando que tratou-se de uma questão pontual. 

Confira alguns trechos:

 

  • Sobre a possibilidade de ampliar o reajuste dos servidores: “O que os servidores pedem é justo, é legítimo. Eu sou do setor público, eu queria que esse reajuste fosse superior ao índice que foi apresentado por nós. No entanto, eu sou governador não dos servidores públicos, eu sou o governador do Estado e aí nós temos alguns impedimentos. O primeiro deles é legal. Nós não podemos, no período eleitoral, praticar qualquer aumento superior à previsão da inflação, então nós ficamos aí em torno dos 6%. E o segundo, também importantíssimo, é a questão da responsabilidade fiscal. Nós não podemos correr o risco de dar um aumento superior a nossa possibilidade de pagamento. Eu não posso sequer cogitar a possibilidade de dar um momento superior e daqui há 30, 60, 90 dias voltar a pagar de maneira atrasada os servidores. Então eu tenho que pagar dentro da realidade fiscal do Estado, e a realidade fiscal que se apresenta neste momento é esse índice. Gostaria, é claro, que fosse superior, no entanto, por todas essas razões aqui expostas, não tem como ser”.
  • Sobre as articulações políticas para a eleição: “O que me move neste momento não é a questão eleitoral, é concluir esse mandato ‘Eduardo Leite e Ranolfo’ na melhor forma possível. Logicamente que a continuidade desse projeto é importante, então, pelo que nós fizemos juntos, o Eduardo e eu, me sinto legitimado e com conhecimento suficiente para dar segmento por mais um período nesse projeto. Temos que conversar com vários partidos que integram a nossa base na Assembleia, lá na frente vamos tomar essa decisão”.
  • Sobre a reeleição: “Tem a questão legal que é importante de dizer, o governador do Estado não pode concorrer a nenhum outro cargo. Eu não posso ser candidato a deputado estadual, federal, senador, nem vice-governador. Eu só posso ser candidato à reeleição, embora esse meu mandato seja de nove meses, né. Dar conclusão ao nosso mandato já é considerado uma reeleição, então também isso é importante”. 
  • Sobre o PSDB ter candidatura própria: “Outro fator, que ao meu modo de ver também é importante, é o tamanho do PSDB no Rio Grande do Sul. Nos cinco maiores colégios eleitorais, o PSDB governa três desses municípios. Caxias do Sul, uma dobradinha de chapa pura lá, com o prefeito Adiló e a vice Paula. Em Pelotas mais uma dobradinha, com a Paula Mascarenhas e o Idemar (Barz), e, em Santa Maria, o Jorge Pozzobom no segundo mandato. Então dos cinco, governa três. Na Assembleia, após a janela partidária, temos seis deputados e somos a quarta maior bancada, além de governar o Estado. Então tudo isso potencializa o PSDB da necessidade de ter uma candidatura própria”.
  • Sobre chamar a Força Nacional diante de confronto de facções em Porto Alegre: “Não, em nenhum momento sequer pensamos, sequer cogitamos, em chamar a Força Nacional de Segurança Pública. Isso é um fato que nos preocupa e sempre nos preocupou, mas é um fato pontual muito localizado, neste momento já dominado pelas forças de Segurança Pública, todos os movimentos necessários já foram feitos. Continuo ainda observando e recebendo diariamente os dados da segurança, embora esteja na função de governador, e já verifico que há, nos últimos dias, uma queda desses indicadores, especialmente na Capital. Então foi um fato pontual, isolado e as providências adotadas já estão trazendo resultados. Não tem um porquê nós pensarmos em trazer a Força Nacional.” 
  • Sobre se deve ocorrer algum remanejo na Segurança: “Não, continua o mesmo planejamento. Nós devemos na próxima semana publicizar o Avançar 2 na Segurança Pública, será em torno de R$130 milhões a mais de investimento na área”. 

Confira a entrevista na íntegra: 


Ouça "O novo governo do RS e os desdobramentos no ninho tucano" no Spreaker.

Correio do Povo

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