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sexta-feira, 8 de abril de 2022

Peritos da Polícia Civil do DF pedem exoneração em massa

 Os gestores de criminalística deixaram os cargos de chefia após corporação repassar funções do setor para papiloscopistas



Pelo menos 20 gestores do Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal pediram exoneração dos cargos nesta quinta-feira. A crise dentro da corporação ocorre porque a cúpula da corporação retirou a atribuição de reconhecimento facial da categoria e repassou esses serviços aos papiloscopistas, ligados ao Instituto de Identificação.

O argumento dos profissionais é que, com a mudança, os exames de identificação de suspeitos de crimes no DF ficarão enfraquecidos. Esse movimento de passar a atribuição do reconhecimento facial a papiloscopistas ocorria desde 2019, por meio de portarias internas. Reportagens publicadas pelo R7 revelaram erros cometidos com o uso do sistema virtual de identificação. 

Antes disso, a classe dos papiloscopistas trabalhava com reconhecimento facial, mas apenas inserindo as imagens repassadas pelo IC em um software, que as comparava com outras no banco de dados da corporação. O programa, então, oferecia uma gama de suspeitos que se pareciam com a foto oferecida para que os investigadores descartassem os inocentes e encontrassem os culpados.

Agora, tanto o reconhecimento por meio do software quanto outros trabalhos de comparação facial ficaram exclusivamente com os papiloscopistas, embora os técnicos do IC continuem trabalhando em outras formas de reconhecimento, como comparação e levantamento da altura, de marcas de nascença, de cicatrizes e da compleição do cabelo de suspeitos, por exemplo.

“Isso cria um problema maior, que leva a erros. Muitas vezes, você não consegue dar uma resposta com precisão necessária se você isola as técnicas de identificação. Um bom resultado vem da composição, do que você identifica pela aplicação de todas as técnicas em um único procedimento. Quando temos múltiplos elementos de compatibilidade, você dá uma resposta precisa, melhor”, reclamou um perito ao R7, sob condição de anonimato. 

Em nota publicada no site da entidade, a Asbrapp (Associação Brasiliense de Peritos Papiloscopistas) publicou um texto falando das atribuições de comparação facial exercida pelos especialistas. Segundo a associação, são dois trabalhos, um executado pelo software que faz as comparações, automatizado, e outro feito diretamente pelos papiloscopistas. O R7 ligou para a associação, mas não houve retorno. Procurada para comentar a crise, a comunicação da Polícia Civil ainda não respondeu à reportagem.

R7 e Correio do Povo


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