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domingo, 3 de abril de 2022

O caminho da guerra

 Rússia parece mudar estratégia militar e acenar à diplomacia

Jurandir Soares



A guerra que a Rússia desenvolve na Ucrânia entra em seu 37º dia em meio a uma mudança de estratégia por parte dos russos no que toca à parte militar e um pequeno aceno na parte diplomática. Tudo em meio a um profundo desgaste do governo de Vladimir Putin. A mudança de estratégia consiste na substancial diminuição das ações bélicas no Norte da Ucrânia e, em especial, no entorno de Kiev, com o deslocamento das forças para o Leste, mais especificamente para a região do Donbas, onde se situam as províncias separatistas de Donetsk e Lugansk.

Esta mudança se dá, em primeiro lugar, porque, diferentemente do que pensavam ao iniciar os combates, os russos não contavam com o tamanho da resistência ucraniana, que os impediu de tomar sua capital. Algo que na avaliação do Kremlin se daria em pouco mais de 48 horas. Segundo porque na região do Donbas os russos encontram a substancial ajuda dos separatistas. Estes, inclusive, já estão cantando vitória. O líder do movimento em Lugansk afirma que eles detêm o controle de 90% do território. Já em Donetsk a área controlada seria de 60%. Então, com mais o impulso das forças russas, será possível estabelecer logo o controle total sobre a região e, por extensão, criar as condições para negociar em vantagem. 

Não é sem razão que o chanceler russo, Serguei Lavrov, falou nesta sexta-feira que a negociação está avançando, porque a Rússia estaria vislumbrando o atendimento de suas reivindicações. As quais consistem na manifestação de neutralidade pela Ucrânia e da não adesão a armas atômicas, assim como o reconhecimento da independência das duas províncias rebeldes e do aceite da Crimeia como território russo. Na realidade, o término da guerra passa por estes assuntos. Mas há um outro fator que não está sendo levantado e que poderá ser um grande entrave. Refiro-me à cidade de Mariupol, onde a Rússia está promovendo a maior mortandade e destruição. A cidade está em ruínas, e os cadáveres se espalham pelo chão, sem poder ser enterrados. A população foge em massa em meio aos bombardeios. Acontece que essa cidade situa-se entre as províncias do Donbas e a Crimeia. E é muito possível que a Rússia queira tomá-la e conservá-la, para ter ali um só território sob seu domínio. O que será, como disse, um grande entrave para o avanço na negociação.

Resta salientar o que escreveu o economista Paul Krugman, ao dizer que a guerra movida por Putin, além de um crime, foi um grande erro, pois “em menos de cinco semanas, Putin destruiu a reputação militar da Rússia, danificou a economia de seu país e reforçou as alianças democráticas que pretendia minar”.

Correio do Povo


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