Ex-governador de São Paulo pode perder espaço na corrida à presidência da República
Taline Opptiz
O movimento de João Doria, por ora pré-candidato ao Planalto pelo PSDB, de retirar o presidente nacional do partido, Bruno Araújo, do comando de sua pré-campanha, foi sintomático. Ele será substituído pelo presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi. A iniciativa foi anunciada por meio de nota da assessoria do ex-governador de São Paulo.
Trecho do texto sustenta que Araújo relativizou a candidatura de Doria e que essa postura, considerada pouco agregadora, motivou a decisão. Na prática, Doria tem consciência da falta de apoio majoritário de tucanos à manutenção de seu nome no mapa da sucessão presidencial e das articulações para tirá-lo do páreo. As negociações envolvem ainda o União Brasil, o MDB e o Cidadania, que está em uma federação com o PSDB. Em nenhuma das siglas há disposição de apoio a Doria, que ficou em uma encruzilhada.
Ao mesmo tempo que não podia manter Bruno Araújo na coordenação da pré-campanha, especialmente após as manifestações recentes do dirigente, de que o PSDB não entraria na eleição sozinho, com seu afastamento, Doria fica ainda mais isolado dentro e fora de seu partido.
Um exemplo do clima para Doria no seu próprio partido foi a manifestação de Bruno Araújo, nas redes sociais, após a divulgação da nota. “Ufa! Comando que nunca fiz questão de exercer. Aliás, ele (Doria) sabe as circunstâncias em que e o porque “aceitei” à época. Aliás, objetivo cumprido!”, escreveu o dirigente tucano.
Correio do Povo
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