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quinta-feira, 14 de abril de 2022

Com taxa de transmissão maior que covid, sarampo volta a ser risco no Brasil

 


Com 25 casos suspeitos de sarampo sob investigação só no Estado de São Paulo, o sarampo volta a alertar as autoridades de saúde do Brasil, que chegou a receber o certificado de erradicação da doença em 2016.

Desde que o sarampo voltou aos registros oficiais, em 2019, já são mais de 40 mil pacientes e 40 mortes causadas pela queda na cobertura vacinal – metade das vítimas foram crianças abaixo de 5 anos.

A doença é altamente contagiosa, alerta Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

“Só para se ter uma ideia, a taxa de transmissibilidade do sarampo é entre 12 e 18. Isso significa dizer que, para cada caso da doença, você provavelmente terá outros 12 a 18 casos de pessoas infectadas caso isso ocorra em uma população suscetível. É um número substancialmente maior que a taxa de transmissibilidade da covid-19 em qualquer uma de suas versões.”

Como professor, Safadi conta que formou “várias gerações de médicos” que nunca haviam visto um caso sequer de sarampo – e que hoje precisam de treinamento específico para diagnosticar a doença.

Os sintomas, segundo o médico, se assemelham ao de uma virose e se iniciam entre 10 a 15 dias após o contágio.

Sintomas

“Basicamente caracterizados por febre, coriza e conjuntivite, que é um uma vermelhidão dos olhos e tosse. Essa é a tríade clássica que a gente tem além da febre, que caracteriza os primeiros dias do sarampo”, detalha Marco Aurélio Safádi.

Quando as manchas vermelhas aparecem pelo corpo, alerta o médico, o paciente “já estava aproximadamente a três quatro dias transmitindo vírus a quem estava ao seu redor.”

Este ano, já são 13 casos confirmados e cerca de 100 suspeitos da doença no Brasil.

Queda na vacinação

A epidemiologista Regiane de Paula, coordenadora de controle de doenças do estado de São Paulo, atribui o retorno da doença à baixa cobertura vacinal no país.

“É muito importante a conscientização dos pais e responsáveis sobre a importância da imunização de rotina, e não apenas um momento epidêmico ou pandêmico como o atual. É fundamental vacinação de rotina para que a gente possa proteger as nossas crianças.”

A vacina é a melhor forma de prevenção contra o sarampo. Apenas duas doses na infância são suficientes para garantir proteção para o resto da vida.

O Ministério da Saúde lançou, neste mês, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza e o Sarampo. No caso desta enfermidade, a aplicação de vacinas está voltada para a imunização dos trabalhadores da saúde e de crianças com idades entre 6 meses e 5 anos (até 4 anos, 11 meses e 29 dias).

Mesmo adultos que não sabem se foram vacinados na infância contra o sarampo devem tomar nova dose. O médico Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), afirma que a dose a mais não traz riscos para as pessoas que não têm certeza se tomaram o esquema completo.

“Caso não tenha o seu cartão vacinação ou não lembre se tomou essa vacina na infância, vale a pena tomar mais uma dose”, sugere Kfouri.

O Sul

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