AdsTerra

banner

domingo, 10 de abril de 2022

Com números da covid em queda no Brasil, Fiocruz aponta fase de extinção da “terceira onda” da pandemia

 


O mais recente Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz aponta a manutenção da tendência de queda de indicadores de incidência e mortalidade por covid. O documento destaca que pela primeira vez, desde maio de 2020, nenhum estado superou a marca de 0,3 óbitos por 100 mil habitantes. Segundo os pesquisadores, os novos dados permitem afirmar que a “terceira onda” epidêmica no Brasil, com o predomínio da ômicron entre os casos, está em fase de extinção.

O atual cenário sinaliza redução gradual dos principais impactos da pandemia, com diminuição do número de casos graves, internações e óbitos. Os cientistas alertam que, no entanto, esse quadro não significa o fim da pandemia e pode ser alterado caso surjam novas variantes mais letais ou que escapem da imunidade provocada por vacinas contra a covid. A análise é referente às Semanas Epidemiológicas (SE) 12 e 13 de 2022, período de 20 de março a 2 de abril.

A tendência de queda se reflete também nos casos de Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) por covid. Nas fases mais críticas da pandemia, 98% das internações por SRAG eram positivas para a doença causada pelo novo coronavírus. Atualmente, essa proporção se encontra em 50,7%. Outro indicador estratégico, a taxa de letalidade por covid permaneceu em valores próximos a 0,8%.

Ao longo de 2021, conforme indica o boletim, esses valores oscilavam entre 2% e 3%. Foram reduzidos para 0,2% no início de 2022 e em março passaram para 1%. A redução desse indicador, observada durante a terceira onda epidêmica, é atribuída principalmente à vacinação de grande parte da população-alvo e à menor gravidade da infecção pela ômicron.

Desafios

O boletim ressalta o papel da vacinação no controle da covid e traz um box Vacinas Protegem a Saúde e Salvam Vidas sobre o tema, que aborda a importância da segunda e da terceira dose. “Além disso, as doses de reforço em grupos populacionais mais vulneráveis podem reduzir ainda mais os impactos da pandemia sobre mortalidade e internações”, observam os pesquisadores.

Em um país continental como o Brasil, com diversas realidades regionais, eles defendem a ampliação da vacinação, de forma a atingir às regiões com baixa cobertura. Além disto chamam a atenção para a necessidade da continuidade do uso de máscaras em ambientes fechados.

Outro desafio estratégico, de acordo com a análise, é a readequação do sistema de saúde. A orientação é aproveitar esse período de menor transmissão da doença para atender às demandas represadas durante as fases de alta de casos. Entre as iniciativas sugeridas estão também a capacitação profissional para atividades de vigilância e cuidado, o reforço da atenção primária de saúde e o atendimento de síndromes pós-covid,

Perfil demográfico

A fase atual mostra um rejuvenescimento da pandemia com novo padrão a partir da base da pirâmide e não pelo topo. A idade média das internações e óbitos vem reduzindo significativamente. A mediana das internações também apresentou queda nas duas últimas semanas: agora, a idade média das internações se mantém abaixo dos 60 anos. Na SE 12 de 2022, metade das internações ocorreu em pessoas entre 67 anos (leitos clínicos e UTI).

Em relação aos óbitos, metade dos eventos foi registrada em pessoas com no mínimo 74 anos. Na visão dos cientistas, esta evidência reforça a ideia de que a população, principalmente a mais longeva, possui maior vulnerabilidade às formas graves e fatais da covid. Ainda quanto aos óbitos, o estudo mostra que a variabilidade em torno da idade média aumentou durante esta fase da pandemia. Ao mesmo tempo em que casos graves e fatais estão mais concentrados nas idades mais avançadas, cresce a contribuição de grupos mais jovens, principalmente de crianças no total do número de casos.

“A idade se estabelece com um fator de risco independente para o agravamento. Por outro lado, há a maior vulnerabilidade das crianças, provocada principalmente pela baixa adesão deste grupo à vacinação. O que ocorre é uma maior contribuição relativa dos grupos extremos da pirâmide etária para as internações e óbitos, especialmente das crianças”. Entretanto, a manutenção da letalidade no grupo de 80 anos e mais é motivo de preocupação, de acordo com o estudo. Segundo os cientistas, esse fato reforça a necessidade de vacinar aqueles que ainda não tomaram a terceira dose, assim como a aplicação da quarta dose naqueles elegíveis.

O Sul

Nenhum comentário:

Postar um comentário