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segunda-feira, 18 de abril de 2022

Após rejeição de ultimato, Rússia diz que “eliminará” os militares da defesa de Mariupol que não se renderem

 


Depois da rejeição de um ultimato para deposição de armas que expirou às 13h (7h em Brasília) deste domingo e o desafio ucraniano de que as tropas ainda entrincheiradas em uma usina metalúrgica em Mariupol “resistirão até o fim”, o Ministério da Defesa da Rússia emitiu uma ameaça de que todos os militares inimigos que não se renderem “serão eliminados”.

O novo ultimato dado pela Rússia aos últimos combatentes ucranianos em Mariupol deu sete horas para que houvesse a rendição. Assim como fez várias vezes desde 21 de março, o Ministério da Defesa russo exigiu a capitulação dos últimos bastiões de resistência da cidade portuária sitiada há sete semanas, e ofereceu um período das 6h às 13h (hora local) para que fosse realizada.

“Aqueles que depuserem as armas salvarão suas vidas. É sua única chance”, disse o Kremlin aos soldados ucranianos entrincheirados no complexo da usina metalúrgica Azovstal, no Sul de Mariupol. As forças ucranianas continuam a manter posições, e sua eliminação completa será uma atividade trabalhosa para a Rússia, que, no entanto, disse no sábado já controlar toda a área urbana de Mariupol.

Segundo Moscou, há cerca de 2.500 integrantes do Batalhão Azov, uma força neonazista incorporada à Guarda Nacional ucraniana, e combatentes estrangeiros entrincheirados na metalúrgica. Na quarta-feira passada, 1.026 fuzileiros navais ucranianos se renderam na cidade, após enviarem mensagens desesperadas dizendo estarem sem munição. Na ocasião, um fuzileiro pediu em uma mensagem de vídeo que a Ucrânia continue lutando “até a vitória final”.

O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia afirmou que a Rússia provavelmente prepara uma operação de desembarque naval em Mariupol. O uso da força na cidade é cada vez mais destrutivo, e na sexta-feira, pela primeira vez, houve o emprego de aviões bombardeiros na guerra, que despejaram as chamadas bombas “burras” — isto é, sem um sistema de orientação teleguiado — sobre a resistência ucraniana na cidade.

A captura de Mariupol seria o maior triunfo da Rússia na guerra até agora. A posse do estratégico porto permitiria a Moscou estabelecer um corredor terrestre entre o território russo e a Península da Crimeia, que pertencia à Ucrânia e foi ocupada e anexada pela Rússia em 2014.

Situação desumana

No sábado à noite, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de “destruir deliberadamente qualquer um que esteja” em Mariupol, onde a situação, em suas palavras, “é simplesmente desumana”. Zelensky informou que a “eliminação” dos últimos soldados resistentes na cidade “daria fim a qualquer negociação de paz”.

O primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmygal, disse em entrevista transmitida pelo canal de TV americano ABC neste domingo que “a cidade não caiu”. “Nossas forças militares, nossos soldados ainda estão lá. Eles vão lutar até o fim”, disse Shmygal.

O Ministério da Defesa da Rússia disse ter interceptado transmissões de rádio ucranianas em que se proibia qualquer negociação para a capitulação, e advertiu em comunicado que todos os militares inimigos que não se renderem “serão eliminados”.

Segundo um assessor do prefeito de Mariupol, Petro Andryushchenko, as forças russas estão distribuindo passes para que os moradores possam circular pela cidade. A prefeitura diz que o Exército russo proibirá a circulação de moradores sem passe a partir da semana que vem.

As forças russas atacaram com mísseis e artilharia áreas residenciais de Kharkiv neste domingo. Os ataques à cidade, a segunda maior da Ucrânia, a 65 quilômetros da Rússia, deixaram cinco mortos e 13 feridos, informaram os serviços de resgate à AFP.

A cidade sofre bombardeios diários há semanas. No sábado, os ataques provocaram incêndios em vários prédios no centro da cidade. Uma cozinha comunitária que preparava comida para os moradores também foi destruída. Antes dos ataques deste domingo, o governador regional, Oleg Sinegoubov, anunciou o registro de três mortes e 31 feridos, incluindo quatro crianças, nos ataques de sábado. Segundo ele, na sexta-feira dez pessoas morreram e 35 ficaram feridas.

O Sul

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