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sábado, 8 de janeiro de 2022

Com o agravamento da estiagem no Rio Grande do Sul, entidades ligadas à agricultura pedem esforço conjunto na busca de soluções

 


Parlamentares que integram a Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha se reuniram na Assembleia Legislativa com representantes de entidades ligadas ao setor, a fim de debater os prejuízos da falta de chuva, que vem se agravando no Rio Grande do Sul há três anos. Na pauta, medidas de auxílio aos produtores e o pedido de união na busca de soluções.

O presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Alencar Paulo Rugeri, contextualizou os presentes sobre a situação. Segundo ele, até o fim do ano já havia 58% de perdas nas pastagens, com mais de 138 mil propriedades atingidas e cerca de 5,5 mil famílias com desbastecimento de água e 150 mil produtores atingidos em todo o território gaúcho. “Além disso, já são 151 municípios com pedido protocolado de emergência com perspectiva de aumentar”, pontuou.

Douglas Cenci, coordenador da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) no Rio Grande do Sul, por sua vez, declarou: “Já estamos há três anos com estiagem e essa é a mais grave e isso piora quando os órgãos não ajudam. Entendemos que é necessário que as entidades se unam em busca de diálogo e soluções”.

A entidade propôs a criação de um Comitê Estadual da Estiagem, coordenado pelo governo do Estado em diálogo com as entidades e movimentos. Além disso, “não é com anúncios que se resolve o problema, é urgente que o Estado do RS decrete situação de emergência” finalizou.

Adelar Pretto, que falou em nome do Movimento Sem Terra (MST), lembrou que o que ocorre hoje é consequência da ação do ser humano na natureza. Porém, lembrou que pouco é feito pela atual gestão. “No ano de 2020, em torno do dia 20 de janeiro, saiu uma reunião semelhante a essa e fomos ao Palácio Piratini para organizar uma pauta e nada ou pouco foi feito”.

O MST pede que seja votado o projeto de lei que destina Crédito Emergencial Rural para agricultores, além disso quer a operacionalização imediata dos R$23 milhões do BNDES a fundo perdido, referente ao Plano Camponês, cuja contrapartida já foi aplicada pelo Palácio Piratini em 2014. “É inadmissível que o Estado diga não ter recurso e só anuncie poço e açude. Precisa aqui de um recurso de subsistência, tem família que vai passar fome e sede”, lamentou.

A unificação da pauta por parte de todas as entidades ligadas ao campo foi pautada também pelo representando do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Miqueli Sturbelle. “Existe um conjunto de perdas na agricultura e na pecuária do RS que devemos levar para o Governo do Estado e o Ministério da Agricultura, e devemos ir com uma pauta unificada”.

Para Gervasio Plucinski, presidente da União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária  (Unicafes), o problema da seca não é de um partido ou entidade, mas de todos. Ele reforçou a tese de que movimentos e entidades do campo devem trabalhar em conjunto:

“O governador deve chamar para si e ser o grande interlocutor com o Ministério da Agricultura. Em nível federal temos a Lei Assis Carvalho, que se implementada já ajudará a resolver muitos dos problemas. Quanto ao projeto de lei, a gente se reuniu na Expointer e disseram que em 20 dias nos chamariam, mas nada aconteceu. Essa pauta já poderia estar votada e implementada, amenizando os problemas que enfrentamos”.

Parlamentar

O deputado estadual Edegar Pretto (PT) participou do encontro. “Desde que cheguei aqui no Parlamento, em 2011, tenho acompanhado o problema. O governo pode prever como serão as próximas estiagens, então poderia ter se preparado para o que vinha, mas isso não ocorreu”.

Ele também criticou a suposta postura da atual gestão do Executivo estadual em “realizar anúncios e só trabalhar o problema assim que ele ocorre”. Conforme o petista, líderes dos três Poderes se reúnem todos os anos para tratar do assunto, mas é preciso “atuar e agir conjuntamente, o governador tem que chamar para si a responsabilidade e operar”.

Pretto finalizou fazendo um apelo ao governador Eduardo Leite de que chame para si a coordenação em busca de soluções para os problemas enfrentados pelas estiagens.

O Sul

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