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sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Inflação generalizada acima da expectativa pressiona por alta maior da taxa básica de juros

 


A inflação medida pelo IPCA acelerou em outubro e subiu 1,25%, segundo dados divulgados pelo IBGE, a maior alta para o mês desde 2002. O resultado, puxado pela alta de combustíveis, veio bem acima da expectativa média do mercado, era de 1,06%.

Com isso, o índice tem alta acumulada de 8,24% no ano e de 10,67% nos últimos 12 meses, superando muito a meta do Banco Central para 2021.

Para analistas, o resultado pode pressionar a instituição a aprofundar o ritmo de elevação da taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece no início de dezembro.

Bem longe da meta

O BC tem como meta de inflação 3,75% em 2021, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p) para cima ou para baixo, ou seja de 2,25% a 5,25%.

Com o aumento acima das expectativas para a inflação de outubro, o mercado tem revisado suas projeções para o IPCA neste e no próximo ano.

O banco Credit Suisse elevou a estimativa de 9,8% para 10,2% em 2021, e de 5,8% para 6% em 2022. A instituição havia previsto um aumento de 1,08% para outubro.

“No geral, a inflação muito acima do esperado foi impulsionada principalmente por itens industriais e de serviços. A inflação a níveis altos foi generalizada: 71% de todos os 51 grupos principais tiveram inflação superior ao limite da meta de inflação do Banco Central e 37% desses grupos tiveram inflação acima de dois dígitos. Com isso, o núcleo da inflação acelerou e superou os níveis observados durante o processo inflacionário de 2015 e 2016”, apontou o Credit Suisse em relatório.

O JP Morgan elevou as projeções da inflação em 2021 de 9,6% para 10,3%, o maior patamar registrado desde 2015, destaca o relatório da instituição. Para o ano que vem, de 4,5% para 4,7%.

A Modalmais passou a prever 10,25% para 2021 e 5,35% para 2022.

“Nossa previsão para outubro era de 1,07%, e com o avanço de 1,25% fica uma preocupação com relação à dinâmica da inflação, que vem surpreendendo a cada mês”, afirma Felipe Sichel, estrategista-chefe do Modalmais.

A gestora Novus Capital também elevou a projeção do IPCA de 9,6% para 9,9% no final deste ano, e de 4,8% para 5% no ano que vem.

A XP passou a projetar 10,1% para este ano e 5,2% para o ano que vem.

“A surpresa do mês acima do projetado confirma leitura desafiadora da inflação, pressionada tanto pelos repasses em curso dos elevados custos de produção quanto pelo efeito da aceleração dos preços dos serviços”, disse a XP em relatório.

O Sul

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