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quarta-feira, 14 de julho de 2021

Tribunal eleitoral espera proclamar novo presidente do Peru em 20 de julho

 Sem provas Keiko Fujimori alega fraude no pleito que deu 50,12% dos votos para Pedro Castillo



O tribunal eleitoral do Peru espera proclamar o vencedor da eleição de 6 de junho no Peru entre a candidata de direita, Keiko Fujimori, e o de esquerda, Pedro Castillo, ocorra em 20 de julho, oito dias antes do término do mandato do presidente interino Francisco Sagasti. "Esperamos que na terça-feira da próxima semana [20 de julho] a ata geral de proclamação seja aprovada", disse Alexandra Marallano, assessora da presidência do Júri Nacional de Eleições (JNE), órgão que deve proclamar o vencedor.

"Haverá uma resolução para concluir o processo eleitoral que diga quem são os vencedores e a composição do novo governo", acrescentou a funcionária, citada pela agência estatal Andina. O JNE, que revisou as impugnações de votos, planejava proclamar o novo governante em 15 de julho, mas o atraso de um de seus quatro magistrados em assinar a ata causou uma nova espera.

Após um período de cinco anos de convulsões políticas que levaram o Peru a ter três presidentes em cinco dias em novembro de 2020, o país vive sob tensão desde a votação devido à demora em conhecer oficialmente o vencedor e às acusações feitas por Fujimori de "fraude" a favor de seu adversário, embora sem apresentar provas conclusivas.

A contagem do órgão eleitoral (ONPE), que chegou a 100% há quatro semanas, deu a Castillo 50,12% dos votos contra 49,87% de Fujimori. O novo presidente deve tomar posse em 28 de julho, dia em que expira o mandato de Sagasti e o Peru comemora o bicentenário de sua independência.

Revisão de apelações

Enquanto isso, uma nova marcha de protesto exigindo "novas eleições" devido à suposta fraude a favor de Castillo foi convocada por grupos de direita para esta quarta-feira através das redes sociais. Chamada de '"A marcha final'" e promovida pela desconhecida Frente Libertária Democrática do Peru, o ato convoca a tomada do palácio do governo "para recuperar a democracia".

Fujimori esgotou, na prática, todas as vias legais para anular a eleição alegando "graves irregularidades". O caminho para a proclamação foi traçado na segunda-feira depois que o JNE terminou de analisar 270 impugnações a atas de votação que o partido Fuerza Popular de Fujimori apresentou para anular milhares de votos em mesas que favoreciam seu adversário.

Agora segue um complexo procedimento burocrático pelo qual o JNE envia suas decisões às 60 assembleias de voto do país para que publiquem os resultados. O prazo para apelar dos resultados termina nesta sexta-feira.

Auditoria descartada pelo governo

Fujimori, que enfrenta sua terceira votação, deu a entender no sábado em um comício em Lima que não reconhecerá a vitória de seu adversário se o JNE o proclamar vencedor.

A filha do ex-presidente preso Alberto Fujimori insiste em denunciar uma "fraude", embora observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) afirmem que a votação foi limpa, sem "irregularidades graves".

Os Estados Unidos também declararam que foram "eleições livres, justas, acessíveis e pacíficas", que constituíram um "modelo de democracia na região". Fujimori pediu a Sagasti em 28 de junho que solicitasse uma "auditoria internacional" das eleições, mas seu pedido foi rejeitado. O governo argumentou que a lei o proíbe de interferir na disputa eleitoral e que qualquer irregularidade deve ser resolvida pelo JNE.

AFP e Correio do Povo

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