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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Agronegócio gaúcho registra queda nas exportações em 2020

 Desempenho foi impactado pela pandemia da Covid-19, estiagem e redução dos preços de alguns produtos



A estiagem, a pandemia da Covid-19 e a redução dos preços de alguns produtos influenciaram negativamente nas exportações do agronegócio gaúcho em 2020. O resultado foi uma queda de 16,1% em valores na comparação com o ano anterior, totalizando 10,1 bilhões em negócios durante o ano passado. Os números foram apresentados nesta quinta-feira pelo Departamento de Economia e Estatística, órgão vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão. 

O complexo soja foi responsável por uma queda de 1,2 bilhão de dólares. Ainda assim, o segmento encabeça a lista dos principais setores exportadores, com 3,8 bilhões de dólares. A queda registrada nos produtos florestais (580,4 milhões de dólares) e fumo (437,8 milhões) soma outro bilhão de dólares. Porém os motivos são diferentes. No caso da soja, o fator principal foi a estiagem, que impactou na oferta do grão, enquanto que nos produtos florestais, embora o volume exportado tenha permanecido estável, houve significativa redução dos preços médios. "São dois fatores. Um é a queda do preço da celulose no mercado internacional, uma tendência dos últimos anos. Outro é o aumento da participação de produtos florestais com preço mais baixo", analisa o pesquisador Sérgio Leusin Jr., do DEE/SPGG. A queda nos preços também impactou o setor de fumo, influenciada pelo aumento da oferta e pela redução no consumo mundial. 

O impacto da estiagem foi percebido principalmente no quarto trimestre, quando as vendas externas do agronegócio caíram 37,5% na comparação com igual período do ano passado. Leusin Jr. explica que o período historicamente é marcado pela concorrência com a soja dos Estados Unidos. Em 2018 e 2019, a China havia dado preferência à soja brasileira. Porém, em 2020, a relação o volume de comércio entre chineses e norte-americanos se normalizou. O cenário foi completado pela menor disponibilidade da soja devido à seca e pelo movimento intenso de embarques registrados nos meses anteriores. 

A boa notícia do relatório fica por conta do setor de carnes, em especial suína (215 milhões de dólares, alta de 52,4%) e bovina (65 milhões de dólares, alta de 24,9). "É provável que esse crescimento se mantenha em 2021 porque a China ainda não vai ter todo o seu rebanho recomposto", explica o pesquisador, referindo-se ao surto de peste suína africana, que dizimou boa parte do plantel chinês. O setor de cereais, farinhas e preparações também registrou alta impulsionado pelo arroz, com elevação de 37,3%. 

A China segue sendo o principal destino das exportações do agronegócio gaúcho, responsável por 41,4% dos embarques, embora tenha registrado queda de 23,2% nas compras. O ranking tem ainda entre os principais importadores a União Europeia (13,8%), Estados Unidos (4,7%), Arábia Saudita (3,2%) e Coreia do Sul (3%). 

Para 2021, a tendência é de que o cenário seja influenciado pelo restabelecimento do padrão histórico de comércio entre EUA e China podem apontar a uma mudança do apetite chinês pela oleaginosa brasileira, segundo Leusin. Por outro lado, a recomposição do rebanho suíno do gigante asiático irá demandar soja e milho. No setor da carne, a estimativa é de manutenção dos patamares alcançados nos últimos anos. 


Correio do Povo


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