Com as medidas de restrição, metade dos novos vereadores eleitos foi diplomada presencialmente no TRE
Em uma sessão inédita, em função das medidas de restrições por causa da pandemia, o prefeito eleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), o vice, Ricardo Gomes (Dem), e os vereadores eleitos foram diplomados na tarde desta sexta-feira em evento híbrido, que durou menos de uma hora. No plenário do TRE-RS, estavam presentes apenas um representante de cada partido (18), sendo o mais votado ou o indicado pela bancada, e já a outra parte foi diplomada virtualmente. Apenas o vereador Clàudio Janta (Solidariedade) não compareceu por estar em isolamento após a confirmação da Covid-19.
Único dos eleitos a discursar, Melo encerrou a sua fala garantindo que haverá vacina contra o coronavírus em Porto Alegre, mesmo se o governo federal não providenciar. Ressaltou que apenas com a imunização é possível retomar à normalidade. “Vamos fazer um esforço para ter vacina”, disse, reforçando que “vamos tirar dinheiro de onde não pode tirar”, complementou o prefeito eleito, em relação a uma compra por meio de um consórcio com outras cidades.
Antes da coletiva, Melo disse já ter secretários escolhidos para o seu governo, mas que o anúncio só ocorrerá depois da escolha do novo titular da Saúde. Afirmou que espera anunciar o ocupante do cargo até a próxima segunda-feira. Garantiu que o profissional terá caráter técnico e que, de preferência, poderá vir da própria Secretaria Municipal de Saúde. Melo adiantou ainda que já trabalha para ampliar leitos e reabrir hospitais, como o Beneficência Portuguesa e Parque Belém. “Minha posição segue a mesma. Com protocolos, a cidade não irá fechar”, enfatizou.
Além da saúde, disse que as suas maiores preocupações na prefeitura são, neste momento, a educação, com a necessidade de encerrar o atual ano letivo e o início do próximo, e o transporte pública. Por pouco mais de dez minutos, Melo também ressaltou a importância da diversidade dos integrantes da Câmara de Vereadores. Defendeu ainda mudanças amplas na política brasileira, como uma reforma e até a possibilidade de o voto ser facultativo.
Em sua fala, o presidente do TRE-RS, desembargador André Villarinho, ressaltou que as eleições deste ano foram realizadas em meio a uma das maiores crises já enfrentadas na história moderna. “A democracia está de parabéns”, afirmou, relembrando os esforços feitos pela Justiça Eleitoral para a concretização do pleito com a segurança necessária. Em função da pandemia, coube aos juízes de cada localidade definir a maneira como a diplomação foi realizada.
“Corrupto é um serial killer”
O juiz Eleitoral Coordenador da Totalização e Diplomação em Porto Alegre, José Luiz John dos Santos, destacou que os eleitos não terão “dias fáceis no caminho”, em função das crises sanitária, econômica e fiscal. “Receberão Porto Alegre com várias carências a serem resolvidas... Têm como missão alterar essa realidade ou, ao menos, atenuá-la”, disse aos eleitos ao Legislativo e Executivo, pedindo respeito aos conceitos previstos na Constituição. “A improbidade administrativa é vizinha da corrupção. Corrupto é um serial killer que mata milhares de pessoas com um único gesto de dilapidação do patrimônio público”, complementou.
Destacou ainda a importância da cerimônia. “A diplomação enquanto parte do processo administrativo de organização das eleições é a última etapa da atuação da Justiça Eleitoral. É o ato pelo qual a Justiça atesta que o candidato foi efetivamente eleito pelo povo e, por isso, está apto a tomar posse no cargo.” O próximo passo é a posse, que ocorrerá no próximo dia 1º de janeiro de 2021.
Correio do Povo
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