Medida tem o objetivo de diminuir a circulação de pessoas e a propagação da Covid-19
O bloqueio do cartão TRI que atingiu mais de 120 mil trabalhadores de atividades consideradas não essenciais entrou em vigor nesta quinta. Nas primeiras horas da manhã, não foram registradas reclamações por parte do usuários do transporte coletivo. Nos terminais de ônibus da Praça Parobé, ao lado Mercado Público, da rua Uruguai e da Salgado Filho, chamou a atenção o pouco movimento de passageiros. No terminal da Praça Parobé, as cerca de 20 pessoas que embarcaram em coletivo da Linha Santana conseguiram passar a roleta sem qualquer problema. Apenas três pessoas pagaram com dinheiro o valor R$ 4,70 da tarifa. O restante dos passageiros utilizou o TRI.
Os motoristas e cobradores das linhas Jardim Ipê, Carlos Gomes/Salso, Assis Brasil/627, Nova Gleba, São Manoel e Antônio de Carvalho relataram que em nenhum dos coletivos houve impedimentos de uso do cartão. Os cartões SIM e TRI, da modalidade vale-transporte, desde ontem foram bloqueados por um período de 15 dias para todos os trabalhadores que atuam em serviços considerados não-essenciais em Porto Alegre. A medida tem o objetivo de diminuir a circulação de pessoas e a propagação da Covid-19. A prefeitura determinou também o bloqueio dos créditos de vale transporte dos cartões TRI/sistema de bilhetagem urbano de Porto Alegre, aceito também no metrô - por meio do decreto municipal 20.639.
No terminal da Praça Parobé, a técnica em informática Gisele Santos Vaz, moradora do bairro Cidade Baixa, elogiou a atitude da prefeitura em restringir o acesso de quem não precisa estar no Centro Histórico. "É uma maneira de evitar que venha ocorrer a superlotação dos hospitais neste período de pandemia", ressaltou. A técnica de enfermagem Renata Ribeiro de Souza, residente no bairro Partenon, afirmou que é um momento em que o cidadão deve colaborar com o poder público. "Não custa ficar em casa pelas próximas duas semanas. Deve sair quem realmente necessita", destacou. Ela lembrou que no seu trajeto da zona Leste até o Centro não viu nenhum passageiro que entrou no ônibus com o cartão TRI bloqueado.
“Trabalhamos desde a semana passada para realizar esse bloqueio sem prejuízo aos usuários. Não estamos livres de erros, mas evitamos ao máximo dificultar o deslocamento na cidade para não sobrecarregar o sistema de saúde e, ao mesmo tempo, viabilizar para quem realmente precisa prestar esse tipo de trabalho, tão importante nesse momento para toda a população”, explicou o secretário extraordinário de Mobilidade Urbana, Rodrigo Tortoriello. Ele também destacou o esforço das equipes da EPTC e da ATP, que trabalharam incansavelmente desde a semana passada, para o mínimo registro possível de problemas.A Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) informou que está cumprindo o que foi posto no decreto municipal.
Segundo a entidade, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) enviou a lista com os CNPJs da empresas consideradas de serviços não essenciais e foram realizados os bloqueios. As listas ainda seriam atualizadas pelo órgão durante o dia de ontem. O engenheiro de Transportes da ATP, Antônio Augusto Lovatto, disse que as pessoas que tiverem dúvidas sobre a validade ou não do vale transporte devem acessar o site tripoa.net.br para consultar a situação do cadastro. Basta digitar o número do cartão no sistema. Quem tiver o acesso bloqueado do TRI no transporte coletivo pode pagar em dinheiro. Caso queira contestar a proibição, o usuário deve ligar para a EPTC, no telefone 118. Ou mandar um e-mail para bloqueiotripoa@eptc.prefpoa.com.br. Na ATP, também é feito o atendimento pelo telefone (51) 3027-9959.
A prefeitura de Porto Alegre solicitou a direção da Trensurb o bloqueio dos créditos de vale transporte dos cartões SIM - sistema de bilhetagem da Trensurb, integrado ao TRI - dos trabalhadores que atuam em serviços não essenciais na Capital. A empresa que transporta cerca de 170 mil passageiros por dia nas 22 estações atendeu à solicitação. Desse modo, os cartões TRI e SIM VT dos trabalhadores não serão aceitos nas catracas do metrô que atende Porto Alegre e as cidades de Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo, na Região Metropolitana.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) alerta para que as empresas regularizem os dados de seus funcionários na Central do TRI. Diversos cartões, mesmo após o desligamento do funcionário, troca de emprego, seguem vinculados aos CNPJ dessas empresas. Houve uma atenção especial para esses casos, mas se alguém trabalhou em alguma das empresas da lista, pode ter o VT bloqueado. Se isso ocorrer, deve entrar em contato para o desbloqueio.
“Trabalhamos desde a semana passada para realizar esse bloqueio sem prejuízo aos usuários. Não estamos livres de erros, mas evitamos ao máximo dificultar o deslocamento na cidade para não sobrecarregar o sistema de saúde e, ao mesmo tempo, viabilizar para quem realmente precisa prestar esse tipo de trabalho, tão importante nesse momento para toda a população”, explica o secretário extraordinário de Mobilidade Urbana, Rodrigo Tortoriello. Ele também destacou o esforço das equipes da EPTC e da ATP, que trabalharam incansavelmente desde a semana passada, para o mínimo registro possível de problemas.
Correio do Povo
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