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sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

A verdade sobre a guerra do Afeganistão que George W. Bush e Barack Obama tentaram esconder

O soldado Terry Heise grita de dor enquanto os médicos da Força-Tarefa Shadow cuidam de um ferimento em sua perna após um acidente de carro na província de Kandahar, Afeganistão, em 10 de outubro de 2010. O PFC do exército Jeff Springer, à esquerda, e o sargento Rodrigo Santos são transportados com Heise depois que um IED explodiu sob seu veículo, matando outros dois soldados. Os três sobreviveram, mas com ferimentos nas extremidades inferiores; um perdeu um pé | Foto: Washington Post/Linda Davidson

A verdade sobre a guerra do Afeganistão que George W. Bush e Barack Obama tentaram esconder

Em 1971, quando Richard Nixon era presidente dos Estados Unidos e a Guerra do Vietnã já tinha matado dezenas de milhares soldados americanos e ainda estava longe do fim, o vazamento de documentos secretos do Pentágono mudou o curso da história. Os arquivos, que ficariam conhecidos como os ‘Pentagon Papers’, mostravam que os EUA entraram no atoleiro do Vietnã mesmo sabendo que as chances de vitória eram quase nulas. E, pior, enganaram o povo americano com falsas perspectivas, matando mais de 50 mil jovens soldados numa guerra perdida.
Agora, 48 anos mais tarde, o jornal Washington Post colocou as mãos em arquivos que revelam um quadro muito semelhante no Afeganistão, onde mais de dois mil soldados morreram em 18 anos de conflitos. Desde o começo da guerra, várias análises de especialistas e dos militares que estiveram no Afeganistão indicavam que a guerra era um brutal desperdício de dinheiro e de vidas. Os EUA já gastaram quase US$ 1 trilhão (sim, TRILHÃO) na guerra, uma quantia difícil até de imaginar — para efeito de comparação, dos mais de 200 países do mundo, apenas 16 têm um Produto Interno Bruto maior que US$ 1 trilhão.
Este trecho da reportagem mostra o tamanho do problema: “‘Não sabíamos o que estávamos fazendo’, disse em 2015 Douglas Lute, general de três estrelas que serviu como czar de guerra (alto oficial) da Casa Branca durante as administrações Bush e Obama. Ele acrescentou: ‘O que estamos tentando fazer aqui? Não tínhamos a menor noção do que estávamos empreendendo’.”
A Gazeta do Povo publica com exclusividade a história completa de como os governos de George W. Bush e Barack Obama mentiram repetidamente sobre o verdadeiro status da guerra, fazendo pronunciamentos públicos dando a entender que tudo estava indo bem. Esta reportagem resgata uma das melhores facetas do jornalismo: a que expõe as entranhas do poder e joga luz sobre as mentiras contadas pelos governantes. E, em última análise, recupera uma das mais importantes tradições da democracia americana: manter os poderosos sob constante vigilância.
Leia abaixo a reportagem:
A verdade sobre a guerra do Afeganistão que os Estados Unidos tentaram esconder
Um acervo confidencial de documentos do governo dos Estados Unidos obtido pelo jornal Washington Post revela que altas autoridades americanas falharam em dizer a verdade sobre a guerra no Afeganistão durante a campanha que já dura 18 anos, fazendo afirmações positivas que elas sabiam serem falsas e escondendo provas inegáveis de que a guerra não poderia ser vencida.
Os documentos foram gerados por um projeto do próprio governo que examina as falhas fundamentais do maior conflito armado da história dos Estados Unidos. São mais de 2.000 páginas de notas de entrevistas inéditas com pessoas que desempenharam um papel direto na guerra, de generais e diplomatas a trabalhadores de serviços humanitários e autoridades afegãs.
O governo americano tentou proteger as identidades da maioria dos entrevistados e ocultar quase todas as suas observações. O jornal, porém, conseguiu ter acesso aos documentos com base na Lei da Liberdade de Informação (FOI, Freedom of Information Act), semelhante à brasileira Lei de Acesso à Informação (LAI), após uma batalha legal de três anos.
Nas entrevistas, mais de 400 funcionários falaram sobre o que deu errado no Afeganistão e como os Estados Unidos ficaram atolados em quase duas décadas de guerra. Com uma franqueza raramente expressa em público, as entrevistas continham queixas, frustrações e confissões, além de tentativas de previsões e críticas.
"Estávamos desprovidos de uma compreensão fundamental do Afeganistão - não sabíamos o que estávamos fazendo", disse em 2015 Douglas Lute, general de três estrelas que serviu como czar de guerra (alto oficial) da Casa Branca durante as administrações Bush e Obama. Ele acrescentou: "O que estamos tentando fazer aqui? Não tínhamos a menor noção do que estávamos empreendendo".
"Se o povo americano soubesse a magnitude desse problema (...) 2.400 vidas perdidas", acrescentou Lute, culpando a burocracia do Congresso, o Pentágono e o Departamento de Estado pela morte dos militares americanos. "Quem diria que isso foi em vão?"
Desde 2001, mais de 775.000 soldados americanos foram enviados ao Afeganistão, muitos deles mais de uma vez. Desses, 2.300 morreram lá e 20.589 foram feridos em ação, segundo dados do Departamento de Defesa.

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