AdsTerra

banner

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O que muda após a Arena Corinthians entrar no Serasa

Nome do estádio está sujo após Caixa entrar com ação contra a falta de pagamento; clube pode perder receita dos jogos se não renegociar financiamento

Por Larissa Quintino

Arena Corinthians está com o nome no Serasa (Heitor Feitosa/VEJA.com)

A dívida da Arena Corinthians com a Caixa Econômica Federal fez com que o nome do estádio fosse parar no Serasa. O estádio está, como diz a linguagem popular, com o nome sujo. Apesar da preocupação dos corintianos e a “zoeira” das torcidas rivais, não há possibilidade de que o Corinthians pare de jogar em seu estádio, segundo especialistas. Mas a negativação é um alerta de que é preciso que o clube paulista renegocie o contrato do estádio com o banco público.

O pedido para negativação da Arena foi concedido pela Justiça no último dia 27. A inclusão do nome do clube no Serasa já consta nos autos do processo que corre na 24ª Vara Federal Cível. O fato é que, quando uma empresa é incluída em banco de maus pagadores e fica com restrição no nome, tem mais dificuldades para contratar empréstimos e fazer negócios com outras empresas. Como o estádio em si não negocia com fornecedores, não há implicações práticas.

As negociações que envolvem terceiros para a operação do estádio são feitas pelo próprio Corinthians e por um fundo que gerencia o estádio. Como não há restrição desses atores, o time consegue continuar jogando na Arena normalmente. A consequência é mais a pressão da renegociação e os danos a imagem do clube e do estádio. As negociações de naming rights (direito de nome) da Arena, podem ser prejudicadas.

Veja também

O advogado Roberto Piccelli, sócio do escritório TSF Advogados e especialista em direito público, salienta que, como as parcelas do financiamento estão em atraso, a negativação do nome do estádio era uma consequência esperada e serve de alerta. O advogado pontua ainda que o movimento da Caixa de pressionar pelo recurso não surpreende, já que o banco público sofre pressão do governo para devolver recursos para os cofres públicos.

Ele chama a atenção também para a recuperação judicial da Odebrecht, em junho deste ano. A construtora também dava garantias no financiamento. “Com a recuperação judicial da construtora, uma das garantias do contrato de financiamento com a Caixa desapareceu. Quando isso acontece, como é um banco público, caso não se ofereça uma nova garantia, o gestor não tem muita margem para decisão. Uma negociação é possível, mas tem de ser bem fundamentada”, explica.

Piccelli diz ainda que, caso não haja uma renegociação entre a Caixa e o Corinthians para o pagamento do financiamento da Arena, o banco tem diversas garantias para executar, como pedir as receitas do estádio (bilheteria dos jogos) e até mesmo o Parque São Jorge, sede social do clube. “Há possibilidade também de a Caixa passar a ter uma participação mais direta nas decisões relativas ao estádio.”

O advogado Aldo Kurle, especialista em direito e consultoria desportiva, vê como improvável o fato de o Corinthians não poder jogar na Arena, mas chama a atenção que a negativação torna mais difícil a venda do nome do estádio, que se arrasta desde a inauguração, em 2014. O advogado alerta também que não é possível que a Caixa penhore o elenco do Corinthians, por exemplo, mas em caso de não pagamento, pode solicitar o bloqueio de dinheiro na venda de jogadores, assim como dinheiro de cota de televisão. Porém, considera que uma renegociação do contrato entre as partes seja o mais provável e que essas medidas não sejam tomadas.

Renegociação

O clube pegou empréstimo de 400 milhões de reais para a construção do estádio. Já foram pagos, de acordo com o Corinthians, 170 milhões de reais. Com juros e correções, o clube afirma que está devendo 487 milhões de reais. Já a Caixa pede na execução, com a multa, 536 milhões de reais.

O presidente do clube, Andres Sanchez, afirmou nesta semana que ficou surpreso com o acionamento da questão na Justiça, mas que está disposto a conversar com o banco para tentar uma renegociação e adequar os pagamentos. Ainda segundo Andres, o Corinthians tinha um acordo com a cúpula antiga do banco, que pagaria um valor oito meses por ano e, nos outros quatro, faria repasses menores, devido à sazonalidade de jogos na Arena. Ele reiterou que o clube nunca negou a dívida.

Questionado sobre a inclusão do nome da Arena Itaquera S/A no Serasa, o clube afirmou que não irá se posicionar sobre o assunto.


Veja


CONGRESSO

TV terá inundação de 19.040 comerciais de políticos no 1º semestre de 2020

Propaganda será no horário nobre

GOVERNO

Bolsonaro passa por avaliação médica em busca de aval para ir à ONU

Assembleia Geral será na próxima 3ª feira

JUSTIÇA

Barroso rebate críticas de Alcolumbre sobre ação da PF no Senado

PF foi ao gabinete do líder do governo

JUSTIÇA

Líder do governo no Senado teria recebido R$ 5,5 milhões em propina, diz PF

Empreiteiras teriam pago de 2012 a 2014

JUSTIÇA

Lava Jato hackeada: PF busca 2 suspeitos de invadir celulares de autoridades

É a 2ª fase da operação Spoofing

INTERNACIONAL

Argentina declara estado de emergência alimentar até 2022

Senado aprovou prorrogação

INTERNACIONAL

Ministro iraniano fala em ‘guerra total’ caso país seja atacado

Acusado por ataque na Arábia Saudita

Opinião

Economia ainda vai mal, mas juros baixos ajudam ajuste fiscal a ir bem, diz Kupfer

Tendência de mais cortes nos juros

Opinião

Os suecos, os alemães e as jabuticabas, escreve Antonio Britto

Brasileiros não sabem que Estado querem

Opinião

Eu acuso a direita de fazer militância para a esquerda!, diz Mario Rosa

Anselmo era de esquerda na aparência


Nenhum comentário:

Postar um comentário