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domingo, 25 de fevereiro de 2018

A natureza comunista do PT

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O PT não é um partido que valoriza a fé religiosa, embora, o "pietismo" de Frei Beto e da CNBB tenham apoiado a sua criação e sustentado seus ideais marxistas de igualdade e de luta pelos pobres nos idos do século passado. Esse apoio já não existe. O primeiro solavanco partiu do papa João XXIII e gerou polêmica entre os arcebispos e cardeais brasileiros, nos tempos da inconsistente teologia da libertação e da opção preferencial pelos pobres. Hoje, a falsidade do PT o distanciou da Igreja Católica.
As igrejas protestantes, que nunca acreditaram no canto da sereia petista e, tradicionalmente, apoiam o trabalho duro e individual que leva à riqueza, jamais foram petistas. A Igreja Católica é monolítica, valoriza o celibato, o sofrimento, a dor, aceita a desigualdade e alheia-se do mundo temporal, ocupada no pastoreio das almas para o céu, após a morte. Ao contrário, os protestantes apostam no trabalho, no capital, na educação. Pregam a ajuda de Deus para seus adeptos ficarem ricos. Por isso, provavelmente, nunca apoiaram o PT, desconfiando das suas tramas diabólicas para jogar as classes mais pobres contra as classes mais altas.
Seja lá como for, o PT é a-religioso e aético por natureza. Adota a mentira como arma política (os fins justificam os meios) e, sabedor da impossibilidade de instaurar, com dois séculos de atraso, o comunismo no Brasil, elaborou um tipo de governo híbrido. Ao tempo que distribui benefícios e esmolas aos pobres, se conluia com grupos empresariais determinados - para ficar tudo intramuros e saquear o Estado - se eternizando no poder. Desde Celso Daniel, o PT tira propina do lixo, das empreiteiras e do transporte público. Usa as eleições para legitimar seus governos, mas odeia a democracia e a tripartição dos poderes. Quando ganham, os petistas elogiam, quando perdem, baixam o pau. São uns pândegos, doravante desmascarados, tal qual o chavismo venezuelano, que lá acabou com a democracia para manter o poder, tal qual a Bolívia, sem as tradicionais liberdades democráticas, a merecerem sanções impostas pela OEA e demais países da América Latina. É preciso destruir o "Foro de SP", a cúpula dos regimes antidemocráticos do continente.
Não se veja no que digo ódio e muito menos inverdade. Agora mesmo, afirmou Lula em alto e bom som que a sua condenação em segunda instância no caso do tríplex era uma "fraude". Ora, fraudes, quem as praticou foi ele: rasurou a escolha do sexto andar pela cobertura. Obrigou a OAS a assumir uma obra parada, pois a Bancoop, de tanto ser roubada, faliu. Botou elevador e cozinhas kithens no tríplex e no sítio de Atibaia, sem pagar nada.
Está provado que a OAS pagou as cozinhas, tem nota fiscal. Diz que não é dono porque não tem escritura. Que ingênuo! Como justificaria o tríplex, o sítio de Atibaia, o apartamento ao lado do seu? Teria que declarar as propinas recebidas. Mas a troco de quê? Aqui, o busílis da questão. Por isso foi condenado (ocultação dolosa de bens oriundos de propinas). Favores gratuitos é que não foram. Empreiteiros, como Leo Pinheiro, da OAS, não são nada franciscanos. É tudo no toma lá, dá cá. Senhor Lula, os juízes não são tolos, como seus seguidores ignorantes ou crédulos da sua santidade, da sua alma mais pura, que outra não há. Quem, senhor das almas, iria pôr cozinhas de luxo e elevador em imóveis alheios, destoando do padrão?
Senhor Lula, sua inelegibilidade tornou-se evidente. Não se fie no STF, cuja função é verificar a compatibilidade das leis em face da Constituição, nem no STJ, cuja função é unificar a jurisprudência nacional. Os fatos criminosos e a autoria já se tornaram imutáveis. O senhor não é mais réu, é condenado (e condenado pela "ordem burguesa" que sempre detestou). Para informar o público, é preciso voltar a alguns anos atrás. As palavras ditas o vento leva, mas as escritas ficam como testemunhas.
Ainda no período da Constituinte (1985/1988), Lula divulgou o documento chamado O PT e a Constituinte. Na página 181, no subtítulo, está dito o seguinte: "O PT, como partido que almeja o socialismo, é por natureza um partido contrário à ordem burguesa, sustentáculo do capitalismo. Disso decorre que o PT rejeita a Constituição burguesa que vier a ser promulgada e, por extensão, o PT rejeita a imensa maioria das leis que constituem a institucionalidade que é emanada da ordem burguesa capitalista, ordem que o partido, justamente, procura destruir e, no lugar dela, construir uma sociedade socialista". É preciso dizer mais?
Quem está no PT, mas admite a pluralidade partidária, a livre iniciativa, a propriedade privada dos meios de produção, as eleições periódicas, a tripartição dos poderes, os direitos individuais e sociais, a livre expressão, a supremacia da Constituição, o controle dos atos administrativos e das leis pelo Judiciário e a condenação dos criminosos após o devido processo legal, fica obrigado a um exame de consciência.

CORREIO BRAZILIENSE - DF

SACHA CALMON, jurista

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